O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, recebeu numa visita cortesia, nesta quinta-feira, a delegação da comissão de Forças Armadas (FA) para a comemoração de “Março – mês da mulher” que aproveitou para congratular-se com a inserção cada vez maior das senhoras na respectiva instituição como expor algumas preocupações ao Chefe do Governo em relação às condições apropriadas às mulheres naquela instituição de defesa da República, nomeadamente no que concerne às condições físicas da caserna, mas também no que tange ao fardamento, visto que até o momento elas são obrigadas a usar o mesmo que é destinado aos homens com algumas adaptações.
A Major Jaqueline Pereira foi a voz desse grupo que logo após ao encontro com o Chefe do Executivo falou com a comunicação social presente sobre o teor da conversa com José Maria Neves, manifestando a “satisfação” com a integração cada vez maior das mulheres nas FA, assim como em relação ao enquadramento de trabalhadores civis da referida instituição, que como refere a entrevistada “são na maioria mulheres”.
Contudo, elas pedem maior atenção à condição feminina nas FA, sobretudo no que toca à indumentária, já que não há fardamento próprio para as mulheres que são obrigadas a adaptar o fardamento produzido para os homens. Felizmente, recorda ela, está em curso a implementação de uma fábrica de fardamento militar, um projecto de parceria entre os ministérios de Defesa de Cabo Verde e Brasil e que deverá resolver esta questão em particular.
Outra dificuldade tem a ver com as condições logísticas de acomodação das senhoras nas FA, sendo que, segundo a Major Jaqueline Pereira, a ala feminina só tem capacidade para acomodar 12 mulheres, o que logicamente impedirá a integração de mais mulheres no exército, sendo que neste momento cerca de 70 mulheres encontram-se a cumprir serviço militar.
Pereira diz-se ainda agradada com a forma como o Primeiro-Ministro recebeu e auscultou essa delegação, tendo este prometido o maior engajamento na resolução dessas dificuldades. Outro aspecto muito positivo, realça a entrevistada é o esforço feito pelo Governo para a profissionalização das Forças Armadas e que certamente irá constituir “um elemento importante” para as mulheres que queiram seguir a carreira militar.