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Missão FMI aponta sinais de retoma na economia cabo-verdiana

A economia cabo-verdiana começa a dar sinais de retoma e prevê-se um crescimento entre 3.5% a 4%, conforme as conclusões da missão da equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Cabo Verde, que aconteceu de 08 a 21 de setembro.

O chefe da missão do FMI, Ulrich Jacoby, na apresentação do relatório preliminar disse que no geral o Governo tem um programa ambicioso, não obstante o espaço fiscal “bastante limitado”, aconselhando uma aposta maior no setor do turismo.

O FMI saudou ainda a iniciativa do Governo em apostar em projetos tributários e que possam gerar retorno, a curto e médio prazo. Aconselhou as autoridades cabo-verdianas a manter a política monetária e aumentar a produtividade do país, privatizar algumas empresas e apostar num novo código laboral.

Por outro lado, a missão alertou que a TACV e a IFH representam um grande risco orçamental e fiscal para Cabo Verde e chamou especial atenção para o risco da dívida pública, aconselhando para a sua redução.

A Missão aconselhou também a Cabo Verde apostar no crescimento inclusivo, fomentando uma maior participação das mulheres na economia.

O Governo está de acordo com a avaliação preliminar desta missão, “quer em relação ao legado que recebemos, ou seja, a situação atual da economia cabo-verdiana mas, também, em relação aos caminhos a percorrer para vencermos os desafios que temos pela frente”, conforme declarações do Ministro das Finanças, Olavo Correia.

Olavo Correia garante que o Governo vai mudar de rumo do que foi seguido nos últimos anos. “Nos últimos anos, o nosso país viveu suportado sobre duas âncoras essenciais, nomeadamente, a dívida pública e a ajuda pública”, o que levou ao aumento do nível de endividamento público do país, por outro lado, com a graduação de Cabo Verde a país de desenvolvimento médio, percorreu-se a trajetória de diminuição de ajuda pública ao desenvolvimento.

O titular da pasta das Finanças diz que é momento de “Cabo Verde mudar de vida”, financiar o seu desenvolvimento com base na mobilização de recursos endógenos e domésticos, mas, também, através de uma maior racionalização na nossa política de investimentos públicos e nossa política de gestão orçamental”.

O Ministro salientou que, face ao elevado endividamento público, “temos que percorre a trajetória da consolidação orçamental e por outro lado temos que melhorar, radicalmente, o ambiente de negócio, alterar o quadro da capacidade competitiva cabo-verdiana”.

Quanto a privatização, Olavo Correia avança que vai passar pelos setores da energia e água, telecomunicações e transportes. Sendo mais preciso, aquele responsável referiu que o Governo está a trabalhar nos processos da privatização da TACV, Cabnave,  Electra e ASA.

Relativamente à IFH, uma das preocupações do FMI, o Ministro das Finanças disse que o programa “Casa para Todos tornou-se num problema para todos”. Informou que o Governo está a negociar o pagamento da dívida de 200 milhões de euros, contraída pelo antigo Executivo de Cabo Verde, com o governo português. Garantindo que o Executivo de Ulisses Correia e Silva está à procura de uma solução interna e externa para reformatar todo o programa.