Sob o lema “Passado, Presente e Futuro”, a Cidade de Rabat, em Marrocos, acolhe até amanhã, quarta-feira, a Segunda Conferência Anual sobre África Judaica.
Comunicação do Ministro Jorge Santos, ontem, segunda-feira, 13, uma iniciativa que acontece até o dia 15 de junho, na Cidade de Rabat, em Marrocos.
Sob o lema “Passado, Presente e Futuro”, a Cidade de Rabat, em Marrocos, acolhe até amanhã, quarta-feira, a Segunda Conferência Anual sobre África Judaica.
Na sua intervenção, o Ministro das Comunidades, Eng.º Jorge Santos, começou por agradecer o honroso convite a ele endereçado para participar na referida Conferência, iniciativa que ele descreveu de tão relevante para o Continente Africano, para o mundo e para Cabo Verde, em particular. Na sua alocução, o Ministro regozijou-se com a presença de “ilustres personalidades” Cabo-verdianas, de descendência Judaica, para darem o seu “valioso contributo” nos debates e deixarem o registo da importância da herança Judaica em Cabo Verde, do passado aos nossos dias.
“O multiculturalismo e o pluralismo religioso tornaram-se, no mundo contemporâneo, uma realidade nas nossas sociedades modernas”, enfatizou Jorge Santos, que mais adiante reconheceu, igualmente, a importância da herança Judaica em Cabo Verde, tendo, na oportunidade, enaltecido o “grande contributo” que a Sr.ª Carol Castiel, na qualidade de Presidente do projeto de conservação da herança Judaica em Cabo Verde a Cape Verde Jewish Heritage Project, tem dado para a melhor compreensão da presença dos Judeus no Arquipélago, e na preservação do património físico existente, determinante para Cabo Verde, nessa vertente importante da sua história.
O MdC enalteceu e agradeceu, vivamente, Sua Majestade o Rei Mohammed VI de Marrocos, parceiro privilegiado de Cabo Verde na recuperação do Património Judaico (cemitérios Judaicos e outras marcas patrimoniais), gesto grandioso apreciado por todos os Cabo-verdianos. “A história dos Judeus em Cabo Verde funde-se com boa parte da história da Nação Cabo-verdiana, sendo que a sua presença no Arquipélago, segundo alguns apontamentos históricos, data de meados do Século XIX, quando, após a abolição da Inquisição em Portugal, em 1821, Judeus Sefarditas de Marrocos e de Gibraltar, em busca de liberdade religiosa e de oportunidades comerciais, fixaram-se nas nossas Ilhas, na altura colónia Portuguesa”, ressalvou.
No entender de Jorge Santos, esta Conferência iniciada na segunda-feira, 13, e que chega ao fim amanhã, quarta-feira, 15, realiza-se num momento em que o mundo, e África em particular, se debatem com a crise pandémica provocada pela Covid-19 e a crise provocada pela invasão Russa da Ucrânia, com graves consequências sociais e económicas com o aumento da energia e preços dos cereais, colocando em risco a segurança alimentar das nossas populações no mundo.
De realçar que durante a sessão de abertura, Cabo Verde foi alvo de uma condecoração por parte da organização da 2.ª Conferencia da África Judaica, a distinção intitulada de prémio Jewish Leadership Awards Ceremony, foi recebida pelo Ministro das Comunidades, das mãos do Conselheiro do Rei de Marrocos, André Azoulay.
É importante referir que o Ministro participa na Conferência a convite do Presidente da Associação Mimouna, instituição que suporta todas as despesas de deslocação a Marrocos.
Amanhã, a agenda do MdC contempla um encontro de trabalho com o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos.