O Ministro da Saúde e da Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, participou na Reunião de Alto Nível sobre a eliminação da transmissão mãe-filho do VIH e a Cobertura Universal da Despistagem e do Tratamento do VIH nas crianças na África do Oeste e Central, realizada em Dacar entre os dias 16 e 18 do corrente mês, três anos após o compromisso dos países com o Apelo de Dakar de 2015.
Na sua intervenção, Arlindo do Rosário elencou os excelentes resultados que Cabo Verde alcançou neste âmbito, consequência do elevado compromisso político e dedicação dos profissionais de saúde que, desde o início das atividades de prevenção da transmissão mãe-filho do VIH em 2005, contribuíram para que atualmente o país esteja no processo de eliminação desta via de transmissão do VIH.
O governante ressaltou a taxa de cobertura pré-natal e a taxa da despistagem do VIH nas grávidas, que são superiores a 90%, a taxa de infeção por VIH nas grávidas, que tem sido inferior a 1%, a taxa de cobertura do tratamento nas grávidas que vivem com VIH, que também é superior a 90% e uma taxa de transmissão do VIH de mãe para filho oscilando entre 0 a 3%, anualmente.
Destacou também as atividades que estão a ser implementadas no sentido de melhorar ainda mais as condições para a prevenção da transmissão mãe-filho do VIH, como a introdução do teste rápido Duo que permite a despistagem de VIH e de sífilis em simultâneo nos centros de saúde, a atualização dos instrumentos de registo e recolha de dados e a revisão dos instrumentos para a sensibilização da população na adoção de medidas preventivas, com vista a evitar novas infeções por VIH.
Para finalizar a sua intervenção, o ministro Arlindo do Rosário fez referência ao importante apoio técnico e financeiro que Cabo Verde recebeu e vem recebendo dos parceiros internacionais, nomeadamente da UNICEF, OMS, Fundo Global e ONUSIDA, além do forte compromisso do país e dos sucessivos governos espelhado através do crescente aumento do financiamento interno.
Neste contexto, Cabo Verde e os outros países das regiões Oeste e Central Africana, bem como os parceiros, renovaram o seu compromisso com o Apelo de Dakar de 2015 para acelerar a eliminação de novas infeções por VIH em crianças e o acesso a tratamento das crianças e adolescentes vivendo com VIH até 2020.
De referir que durante a reunião, que contou com a presença dos ministros da saúde, de especialistas, de representantes da sociedade civil e parceiros de toda a região, bem como representantes de alto nível das Nações Unidas, da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados África Ocidental e a Comunidade Económica dos Estados da África Central, houve um balanço da situação, que permitiu identificar que 25% de pessoas que vivem com VIH nas regiões Oeste e Central da África são crianças, com uma taxa de cobertura de tratamento antirretroviral pediátrico muito baixa (26%). Além disso, a capacidade de diagnóstico precoce nas crianças expostas nascidas de mães com VIH é de apenas 21%, revelando que o ritmo do progresso é muito lento.