Notícias

Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas promove Cidade Velha junto de corpo diplomático

Acompanhado do corpo diplomático, Embaixadores e Representantes de Organismos Internacionais Acreditados em Cabo Verde e embaixadores de Cabo Verde destacados em vários países, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente realizou uma acção de promoção em torno da Cidade Velha, berço da nação cabo-verdiana, sítio histórico elevado a Património Mundial da Humanidade pela UNESCO a 29 de junho de 2009.

A intenção do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, em torno desta visita que acontece no âmbito da Reunião dos Embaixadores e Representantes de Organismos Internacionais acreditados em Cabo Verde é sensibilizar e engajar o corpo diplomático para que Cidade Velha possa estar na agenda prioritária de financiamentos que possam surgir, para o restauro e requalificação do sítio histórico.

“A ideia é que a Cidade Velha seja também um dos pontos prioritários de todos os debates e de todos os acordos diplomáticos. A nossa ideia é fazer, com que o património construído e o imaterial, associado à Cidade Velha seja tida em conta como um dos sectores a ser financiado mas também a ser acarinhado por toda a comunidade internacional”.

A visita foi iniciada pela Fortaleza Real de São Filipe mandada construir em 1597, pelo Rei Filipe II de Espanha. A visita foi guiada pela técnica do Instituto do Património Cultural (IPC), Samira Silva que explicou a importância de Cidade Velha para Cabo Verde, começando por ser o primeiro ponto de “estabelecimento humano” do país, com uma povoação que foi iniciada pelos portugueses após a descoberta, em 1642.

Na Fortaleza, Samira Silva destacou alguns elementos de “grande” relevância, como a cisterna (reservatório de água) que segundo explicou foi construída essencialmente com pedras vindas de Portugal. De acordo com a história, Samira Silva adiantou que só existiam duas destas cisternas.

Logo de seguida foi a vez de visitar a Sé Catedral, começado a ser construído por volta de 1556 e levou quase 200 anos a ser edificado, tendo terminado a obra por volta de 1700.

Conforme a mesma técnica, apesar de ter levado quase duas décadas para a sua edificação, foram precisos apenas 12 anos, segundo reza a história, para ser destruída, uma vez que foi saqueado por piratas franceses, comandados por Jacques Cassard. A Sé catedral foi deixada muito danificada. Foi roubado grande parte dos seus bens.

Aliás, o último ataque perpetuado na Cidade Velha tinha como objectivo “saquear, destruir e queimar” o local. O último ponto de visita foi o Pelourinho.

Toda a história que ronda Cidade Velha, desde o seu povoamento, os tempos áureos, a importância que teve no comércio de escravos, deve ser contada e reconhecida por todos. Por essa razão o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas coloca o foco na sua requalificação e restauro do património.

“Neste momento estamos a trabalhar num plano integrado com a Câmara (Municipal de Ribeira Grande de Santiago), no sentido de fazer não só a reabilitação, mas a requalificação urbana, criar todo um novo circuito, destacar o caminho filipino, criar um leque da Real Fortaleza de São Filipe, e requalificar todas essa zona histórica da Cidade Velha, no sentido de criarmos a experiência e a narrativa da Cidade Velha”.

A ideia de fazer um périplo por três pontos de relevância patrimonial e histórica de Cidade Velha, Fortaleza Real de São Filipe, Sé Catedral e ainda o Pelourinho, foi uma forma que o MCIC encontrou para mostrar a história do sítio e a sua relevância para o mundo.