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Ministra das Finanças e do Planeamento: “o erro do FMI causou muito prejuízo ao país”

A Ministra das Finanças e do Planeamento, Cristina Duarte explicou, numa Conferência de Imprensa, na semana passada que, por “lapso”, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou que o Stock da dívida total de Cabo Verde em relação ao PIB era de 97%, quando na verdade é de 81.2%, como veio a retificar o Fundo. Com a retificação desta informação, esclarece que a dívida interna do país situa-se nos 21.2 porcento e não 26%, como foi anunciado na primeira publicação do FMI. A governante acrescenta que este “erro do FMI causou muitos prejuízos ao país”.

“O FMI tem de entender que a credibilidade em Cabo Verde é um ativo intangível. Que Cabo Verde aprendeu para sobreviver, aprendeu para exportar credibilidade, e que esta mercadoria, chamada credibilidade é certificada pelo Fundo; e o Fundo ao cometer este erro afetou esta nossa credibilidade, este ativo intangível”.

Cristina Duarte acrescentou que, durante a sua estadia em Washington, onde participou no encontro anual do FMI e do Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional prontamente admitiu o erro e disponibilizou uma equipa técnica para trabalhar com os técnicos de Cabo Verde no sentido de refazerem toda a folha de cálculo e, comprometeu-se a publicar com urgência, o novo Public Information Notice – PIN- com os novos números e agradeceu a forma compreensiva e diplomática com que Cabo Verde tratou esse dossiê”.

Questionada se prefere uma mudança da equipa técnica do FMI que trabalha com Cabo Verde, Cristina Duarte foi peremptório: “Cabo Verde trabalha com qualquer equipa que for decidida pelo Fundo Monetário; o nosso relacionamento (com o FMI) é aberto, colocamos todas as informações sobre a mesa, defendemos a nossa posição com alguma dose de convicção”.

Quanto ao prejuízo causados pelos dados errados divulgados pelo FMI, Duarte aponta o relatório da Agência Fitch Rating que com base nos dados errados do FMI, reduziu a nota de Cabo Verde de B+ para BB- e transformou o arquipélago num país de “alto risco” para se investir. No entanto, diz, ao contrário daquilo que se especula, a nível de investimento direto estrangeiro, começa a haver sinais positivos neste sentido. Realça que nos últimos quatro a cinco (4-5) meses, o Governo assinou sete (7) convenções de estabelecimento, o que totalizam cerca de 75 milhões de dólares.

“Os operadores com quem tivemos contacto nos manifestaram uma forte intenção de levar avante os investimentos que estamos a realizar. Agora sabe-se, publicamente, que os dados utilizados no Fitch Rating do FMI são incorretos. Daí que pensamos que, o mercado, tal como absorveu e processou a informação anterior, vai também absorver e processar esta (nova) informação no sentido positivo”, adianta.