A habitação social condigna para as pessoas que trabalham nas unidades hoteleiras actualmente (e no futuro) e a segurança dos turistas são dois dos principais problemas elencadas pelo Ministro da Economia e Emprego no encerramento da Mesa Redonda sobre a logística e as infra-estruturas para o turismo na Boa Vista, que decorreu durante dois dias (30 e 31 de janeiro) na ilha, e na qual estiveram envolvidos os principais actores e parceiros do sector.
Durante o seu discurso de encerramento, José da Silva Gonçalves manifestou a sua satisfação pelo decorrer dos trabalhos, pelo elevado nível de debate e questões suscitadas por uma plateia de cerca de oitenta pessoas (os players do sector), numa simbiose perfeita entre o público e o privado.
Para o titular da pasta do Turismo, “há aspectos a considerar” de imediato para tentar resolver o problema, por exemplo da habitação, e que passa em parte pela afectação dos apartamentos da Classe A do complexo Casa Para Todos às pessoas que habitam a zona sul do bairro da Boa Esperança, como já foi anunciado pelo Governo, mas esta é apenas parte da solução.
Relativamente ao problema da segurança levantado no decorrer dos trabalhos, o ministro anotou que no Orçamento do Estado para 2017 foi afectado cerca de 350 mil contos para reforçar os meios humanos e técnicos da Polícia Nacional, porque o Governo está apostado num Turismo seguro e saudável.
O problema das infra-estruturas portuárias e aeroportuárias, neste último caso com o upgrade para breve do Aeroporto Internacional Aristides Pereira e que deverá passar pela extensão de pista em 400 metros e possibilidade de sua iluminação, foi outro ponto aventado pelo Ministro José Gonçalves.
O Governante reconheceu que em relação à energia, água e saneamento houve avanços, significativos, mas que é preciso fazer mais, principalmente com a redução do custo elevado de produção de energia na ilha, devendo o Executivo intervir a breve trecho para resolver este problema que afecta os boavistenses.
A falta de médicos e de especialistas, a requalificação urbana de Sal Rei e Rabil, a ligação marítima deficiente com a ilha, a morosidade na alfândega e as taxas aduaneiras aplicadas aos operadores económicos, a falta de formação profissional, a oferta de emprego e o meio ambiente foram outros pontos que o governante apontou e que no seu entendimento deve merecer uma aturada reflexão de todos para que haja melhorias significativas e sustentáveis do destino turístico da Boa Vista, mas também Cabo Verde.
Segundo José Gonçalves, esta Mesa Redonda foi uma excelente oportunidade para inverter o actual cenário que se vive hoje na Boa Vista e que é preciso pôr cobro. “Há pistas e estamos agora em condições para desenhar a melhor solução para o turismo de massa”, conclui.
O evento serviu também de base para se precaver e mitigar os problemas futuros, e ainda recolher informações para a elaboração do Plano Estratégico Nacional do Turismo, que seja sustentável no horizonte 2030, como previsto no Pograma do Governo.
A próxima Mesa Redonda está marcada para os dias 24 e 25 de Fevereiro, em São Antão, tendo o turismo de montanha, de natureza e o eco-turismo, como pano de fundo.