A Direção Nacional da Saúde, através do Programa Nacional de Segurança do Doente, em parceria com a OMS e a Escola SESARAM da Madeira, realizou, de 30 de outubro a 01 de novembro, em São Vicente, uma ação de formação em Suporte Avançado e Imediato de Vida, destinado a médicos e enfermeiros da região do Barlavento.
A sessão de abertura teve início na Universidade do Mindelo e foi presidida pelo Diretor Nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, que falou sobre a importância de dotar os médicos e enfermeiros de técnicas e procedimentos que podem salvar vidas de pessoas em alguma condição em que é preciso uma “intervenção rápida e feita de forma assertiva”.
Barreto afirmou ainda que as autoridades cabo-verdianas têm vindo a realizar curso do tipo para suporte de vidas, mas, é “sempre bom” fazer a atualizações, uma vez, que há muita mobilidade de profissionais e outros que entram pela primeira vez. O Diretor Nacional da Saúde considerou ainda ser pertinente alargar o protocolo com a Região Autónoma da Madeira para outras áreas, não somente a emergência médica, tendo em conta a semelhança entre os dois arquipélagos.
Esta formação tem certificação internacional e esta é a segunda fase, pois a primeira já foi realizada em junho deste ano e destinou-se aos profissionais da região do sotavento.
A formação de Mindelo deverá formar 22 médicos e 19 enfermeiros da região do Barlavento e dotar estes profissionais de uma certificação internacional com durabilidade de cinco anos, segundo a representante madeirense, Regina Rodrigues, que assegurou ser um “prazer” estar de novo em Cabo Verde, quando em Julho último estiveram na Cidade da Praia a realizar a mesma formação, que deverá abarcar, no total, 72 profissionais cabo-verdianos, entre médicos e enfermeiros.
Esta formação visa o reforço da capacidade nacional, especificamente na área de Suporte Avançado e Imediato de Vida enquadra-se no âmbito
A paragem cardiorrespiratória (PCR) consiste em uma intercorrência que apresenta grande ameaça à vida, sendo esta caracterizada pela cessação repentina da atividade mecânica ventricular, das funções cardiorrespiratórias e cerebrais, que serão confirmados através da ausência de pulsos, estado de inconsciência e apneia. É considerada a condição clínica mais crítica na prática médica, pois, em média, apenas cerca de 10% dos pacientes sobrevivem fora do hospital e cerca de três quartos morrem mesmo se a Paragem Cardiorrespiratória ocorrer em ambiente intrahospitalar.
Em Cabo Verde, assim como em outros países, têm aumentado as doenças com início súbito e as crónicas que agudizam. O aumento e a complexidade dos acidentes, o acréscimo de violência urbana e catástrofes naturais em que a falência ou risco de falência de funções vitais podem conduzir a pessoa à morte se não intervirem atempadamente, pelo que se precisa de profissionais capacitados e qualificados para integrar nas equipas de atendimento em contextos extra e intra-hospitalar à pessoa/família em situação critica.