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MAA em parceria com a FAO promove workshop sobre gestão sustentável da lagarta do cartucho do Milho

De acordo com o Ministro é de conhecimento de todos que estamos perante uma praga transfronteiriça muito perigosa, que provoca enormes estragos às culturas e produções, que faz aumentar drasticamente os riscos da produção agrícola, diminuindo assim o rendimento dos agricultores.

“Cabo Verde deve adotar uma estratégia de luta integrada da praga da lagarta-do-cartucho do milho, priorizando o uso de pesticidas biológicos e inimigos naturais”. Esta constatação foi feita hoje pelo Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, durante a cerimónia de abertura do workshop intitulado workshop regional de ‘multi-stakeholder’ sobre as “Inovações para os pequenos agricultores — gestão sustentável da lagarta-do-cartucho do milho”, que se realiza de 21 a 24 de outubro na cidade da Praia em parceria com a FAO.

De acordo com o Ministro é de conhecimento de todos que estamos perante uma praga transfronteiriça muito perigosa, que provoca enormes estragos às culturas e produções, que faz aumentar drasticamente os riscos da produção agrícola, diminuindo assim o rendimento dos agricultores. E tendo em conta a sua ecologia é uma praga que veio para ficar e a melhor forma de luta passa por uma luta integrada, baseada na utilização de produtos biológicos e inimigos naturais.

“Nós preferimos utilizar essa forma que é biológica não-tóxica e que se baseia num certo equilíbrio da natureza em vez de utilizarmos produtos químicos que muitas vezes são tóxicos e pouco resultam tendo em conta a natureza da própria praga, ou seja, aonde a praga aloja nem sempre é possível atingir com produtos”.

Neste sentido, ainda segundo o ministro, serão necessários “esforços técnicos, recursos financeiros avultados e uma estratégia muito assertiva”, em que governos, a comunidade técnica e cientifica, os produtores e parceiros de desenvolvimentos terão de unir esforços para partilharem conhecimento, experiências e, acima de tudo, se articularem na definição e execução de programas de luta integrada contra a lagarta-do-cartucho do milho.

Por sua vez, a representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Cabo Verde, Ana Touza, reconheceu que os países africanos afetados com esta praga tem registado “impactos negativos de milhares de contos”, sobretudo os pequenos agricultores e com impacto na economia familiar.

A responsável disse esperar que este encontro sirva para os técnicos cabo-verdianos conhecerem a experiência desenvolvida nos países da América do Sul e adaptá-la à realidade africana para uma gestão integrada de baixo custo e que possa ser gerida por um produtor familiar ou agricultor.

Recorda-se que no passado mês de julho, foi inaugurado em são Jorge no INIDA um laboratório para a produção de inimigos naturais para o combate da praga da lagarta-do-cartucho do milho, e esta previsto a criação de mais dois laboratórios nas ilhas do Fogo e Santo Antão.

Em Cabo Verde, a lagarta-do-cartucho de milho foi avistada pela primeira vez em 2017, nas ilhas de Santo Antão, Fogo, Maio, Boa Vista e Santiago. A praga ataca a cultura do milho ao longo de todo o processo de crescimento, florescimento e fortificação.