“É a marca de um grande líder, de uma boa liderança” buscar sempre as melhores formas de se resolverem os problemas como o faz José Maria Neves, elogiaram hoje dois juristas cabo-verdiano-americanos após uma visita ao Primeiro-Ministro. David Soares, procurador em Nova Iorque e Joseph Moniz, advogado em Connecticut, estão em Cabo Verde, juntamente com o juiz norte-americano, Lubbie Harper, para participarem de um Fórum sobre a justiça organizado pelo Ministério de Justiça, uma iniciativa que consideram louvável.
Felizes por estarem em Cabo Verde, a terra “que nos viu nascer”, diz David Soares, ele que é natural da ilha da Brava, os referidos juristas salientaram a boa iniciativa que foi a organização do Fórum sobre a Justiça Criminal, organizado aqui na cidade da Praia pelo Ministério da Justiça, no qual participaram como convidados, frisando a importância destes tipos de intercâmbio entre sistemas judiciais de diferentes países e que podem ajudar a melhorar ambos os sistemas. “Nós temos muito a aprender com vocês assim como Cabo Verde tem a aprender com os Estados Unidos. Já fizemos muito, mas nós também temos os nossos problemas”, aponta Joseph Moniz.
A iniciativa do Fórum é de se louvar, na perspectiva de ambos, pois que mostra que o Governo procura melhorar sempre o seu desempenho e melhorar o sistema judicial. “Esta é a marca de um grande líder, de uma boa liderança olhar para o sistema e perguntar no que é que podemos melhorar? Todos os grandes líderes passam por este processo, fazem-se esta pergunta, o que é que podemos melhorar?”, aponta Soares.
Sobre o sistema judicial cabo-verdiano, dizem não conhecer a fundo, entretanto, o fórum terá sido suficiente para se inteirarem um pouquinho mais e identificar, desde já, os grandes desafios que são a morosidade da justiça, e na relação, ou melhor dizendo, no entrosamento entre advogados, procuradores e juízes e até mesmo com a Polícia. Situação diferente do que se verifica nos Estados Unidos, sublinham, onde é frequente estas partes trabalharem em estreita colaboração para a resolução de conflitos judiciais.
“É complicado, mas pode-se resolver estas questões”, sobretudo o da morosidade que tem a ver “com os pequenos casos, não com as grandes causas”, aponta Moniz que juntamente com Soares e o juiz Harper querem trazer a experiencia dos Estados Unidos na resolução destes tipos de casos cujo sistema garante a sua resolução em nunca mais do que seis meses. Como “cabo-verdianos” dizem ser a sua obrigação colaborar com o seu país de origem.