O Governo de Cabo Verde, congratulando-se com essa melhoria, continuará firmemente empenhado a trabalhar para reduzir, cada vez mais, a taxa de desemprego no País. Para o efeito, continuará a investir, fortemente, na formação profissional, intensificará o desenvolvimento de programas, que confiram aos cabo-verdianos mais e melhores "ferramentas", para responder aos desafios do mundo actual, e empenhar-se-á, ainda mais, nas suas políticas de geração de emprego, sejam nos meios rurais, sejam nos meios urbanos, para que os cabo-verdianos possam ter, no emprego, a condição fundamental da sua melhoria de qualidade de vida.
Em quase todos os indicadores analisados verificaram-se melhorias, comparativamente a 2006. Os dados do IE 2008 demonstram, claramente, a existência de cada vez mais pessoas com casa própria (74.2%) e, ainda, que a existência de casas de banho e retretes se está a tornar uma realidade no seio das famílias cabo-verdianas (54.3%), pese embora exista, ainda, uma percentagem considerável de pessoas sem casas de banho (38.3%).
Entre 2006 e 2008 foram criados cerca de 22.645 postos de trabalho. Facto que não pode deixar de ser realçado como um ganho para os cabo-verdianos!
No entanto, a taxa de desemprego continua a ser mais elevada entre os jovens, com valores de 31% e 18.3%, nos escalões de idade de 15 a 24 anos e 25 a 34 anos, respectivamente.
Neste sentido, e para contornar esta realidade, o Governo, no orçamento de Estado para 2009, apresenta incentivos concretos e de natureza vária, para os jovens, maxime preconizando estimular a sua capacidade de geração de rendimentos e a melhoria das suas condições de vida.
O inquérito ao emprego incidiu também sobre o trabalho infantil (trabalho realizado por indivíduos dos 6 aos 17 anos) onde se constata um aumento considerável entre 2006 e 2008, passando de 8.179 para 16.328. Verifica-se, mais uma vez, a predominância do trabalho infantil no meio rural (83.1%), maioritariamente realizado por rapazes (57%), em profissões sem exigências de qualificação (67.1%) e na agricultura (71.4%). Esta é uma matéria internacionalmente sensível, à qual o Governo vem dando atenção, através de instituições como o ICCA, embora se deva ter em conta que o "grosso" do trabalho infantil é trabalho familiar.
Relativamente à fonte de energia para a preparação dos alimentos, apesar de ter aumentado ligeiramente o número de pessoas que utilizam o gás butano, de 53.5% em 2006 para 56% em 2008, verifica-se que, ainda, a percentagem é baixa se comparada com os dados de 2000, em que a percentagem de famílias que utilizavam o gás na preparação dos seus alimentos era de 63.9%.
Em relação à energia para a iluminação, a electricidade continua a ser a fonte de energia mais utilizada, registando um aumento de 2006 para 2008 (60.1% para 67.5%). Neste aspecto, o Governo continuará com o forte programa de electrificação do País, nas zonas rurais, e na melhoria das condições de fornecimento e abastecimento, nos centros urbanos, com envolvimento dos privados, por via das parcerias público-privadas.
De ressaltar, ainda e em termos de telecomunicação, que o telemóvel já é, em termos globais, predominante nas famílias cabo-verdianas, em detrimento do telefone fixo. E esta realidade é notória na Praia e no Sal, com 72% e 85%, respectivamente (em que as famílias utilizam, principalmente, o telemóvel nas suas comunicações).
Refira-se que o objectivo principal deste Inquérito é produzir estatísticas do Emprego e do Desemprego, bem como estimar o volume do trabalho infantil, actualizar os indicadores demográficos e de conforto das famílias, obter alguns indicadores sobre o perfil dos desempregados e algumas estatísticas sobre a formação profissional.
E estudos desse carácter são sempre de grande mais valia para o trabalho governamental, pois permite focalizar medidas, acompanhar o desenvolvimento do País, mas, também, actuar, para ultrapassar os obstáculos que existirem ao desenvolvimento do país, de forma mais oportuna e imediata.
Veja aqui a apresentao_ise2008 sobre inquérito ao emprego.