A Ministra da Família e Inclusão Social, Maritza Rosabal, presidiu nesta quinta-feira, 04 de maio, a abertura do II Fórum sobre a inclusão, realizado sob o lema “O presente do trabalho e o trabalho do futuro: reflexões inclusivas. Para Maritza Rosabal, este tipo de iniciativa “é uma forma de partilhar alguns elementos subjacentes à politica do Governo”.
“Refiro-me em especial o conceito de trabalho que está no programa de governação. Se analisarmos isto, vemos que a abordagem do trabalho é muito holística porque acaba por reconhecer todas as atividades que contribuem para garantir a sobrevivência da sociedade. Isso, talvez, vai permitir clarificar as diferenças que existem entre o conceito de trabalho, emprego e ocupação, sublinha”.
O Governo, acrescentou, no seu programa está trabalhando duas dimensões de trabalho. A primeira que produz rendimento e a segunda a que não produz rendimento e que não é reconhecida socialmente, mas que é vital para a reprodução humana. Neste sentido destacam-se as áreas de intervenção do MFIS no que refere ao trabalho e inclusão social.
Segundo Martiza Rosabal, em parceria com outras instituições, o Governo, em colaboração estreita com o Ministério da Saúde e da Segurança Social, o Ministério da Economia e Emprego, o Ministério da Justiça e do Trabalho, está a trabalhar no sentido de dar resposta à problemática da inclusão social e à promoção do trabalho decente, mas também na promoção das condições para o exercício do trabalho remunerado.
Neste sentido, a Ministra enumerou existirem três grandes intervenções do seu Ministério: o rendimento social de inclusão, o sistema de cuidados e o acesso à segurança social. Um trabalho decente de todas as pessoas, incluindo aquelas do setor informal, centrado nas mulheres agrícolas e nas mulheres do comercio formal.
Neste momento, sublinha ainda, o Governo está a trabalhar no desenvolvimento de uma plataforma de registo e identificação do publico alvo, cadastro social único, um instrumento que irá implementar os programas e benefícios no setor da família e inclusão social. Informou que plataforma já foi testada como modelo piloto nas três ilhas do país, na Boavista, em São Vicente e na ilha do Sal, sendo que a implementação da versão final da plataforma está previsto para agosto de 2017 e a sua utilização a nível nacional.
A Ministra considerou ainda que o seu Ministério pretende trabalhar numa área “muito importante” relacionada aos portadores de deficiência. “Temos muitos deficientes que não têm habilitações formais exigidas no mercado de trabalho, mas que têm muitas experiências não reconhecida e nem se integram no mercado de trabalho”.
Estas são questões importantes considerando a situação demográfica do País, sublinha Maritza Rosabal, para quem “se não intervirmos hoje estaremos reproduzindo e potenciando a pobreza, estaremos enfeudando o futuro.
Por isso, destacou, as contribuições na área da pesquisa e na de investigação das instituições universitárias, se reveste de vital importância, sobretudo na procura de caminhos, de soluções, que permitam agir no presente, com olhos postos no futuro.
“A boa noticia é que o Ministério da Educação está a trabalhar na fase final de instalação do gabinete de ciência, tecnologia e informação e que, precisamente, promove a investigação”, sublinha.
Promovida pela Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, o evento que acontece nos dias 04 e 05 de maio, tem como objetivo promover uma reflexão inclusiva inter/multidisciplinar alargada sobre o mundo do trabalho na sociedade cabo-verdiana, enquadrada nos princípios da inclusão.