Helena Semedo, foi recebida pela primeira vez esta tarde, na qualidade de nova Directora Geral Adjunta da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO, numa visita cortesia, tendo os dois aproveitado para discutir as relações de cooperação entre aquela organização do sistema das Nações unidas e Cabo Verde. Aos jornalistas, Semedo prometeu, “como cabo-verdiana” que é, olhar “com carinho” para o nosso país.
“Sempre que me for possível irei beneficiar Cabo Verde”, respondeu Helena Semedo que aproveitou a ocasião para agradecer ao Primeiro-ministro e ao Governo todo o apoio dado à sua candidatura ao cargo que doravante irá ocupar em Roma, a partir do dia 5 de Agosto. Agradecimentos extensivos às cabo-verdianas e aos cabo-verdianos “por todo o júbilo e as cartas de felicitações que recebi após a minha nomeação”, completa.
Acompanhada da Ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, a nova Directora Geral Adjunta da FAO e responsável pela área dos Recursos Humanos daquela instituição abordou na sua conversa com o Chefe do Governo a cooperação entre a FAO e Cabo Verde, as áreas actuais e futuras dessa cooperação com já longa e bem-sucedida história.
Um dos aspectos centrais dessa conversa e da cooperação que se quer, tem a ver com o domínio da transformação e valorização dos produtos agrícolas, a possibilidade de estabelecimento de cooperação público-privada na gestão das novas infra-estruturas ligadas ao sector agrícola, pois “há que ter consciência que o Estado não pode assumir tudo”, sublinha, chamando à responsabilidade o sector privado e os agricultores em geral para que saibam acreditar e tirar o proveito das oportunidades que estão a ser criadas.
Helena Semedo vê, assim, com bons olhos os investimentos e a estratégia seguida pelo Executivo, sobretudo no que tange à mobilização de água, chamando a atenção, assim como tem feito o Governo, para a necessidade de se apostar mais na vertente da transformação e aproveitamento dos produtos para evitar os desperdícios que, segundo ela, andam à volta dos 10 a 12%), e por forma a permitir o máximo aproveitamento e rendimento dos agricultores. Para a responsável da FAO, é hora de o sector privado começar a acreditar na potencialidade da agricultura como sector rentável e que pode dar um contributo valioso para o crescimento do PIB nacional.
Outras área da cooperação com a FAO, e que fazem parte dos seus encargos na suas novas funções naquela instituição, abordadas com José Maria Neves são as mudanças climáticas, a gestão dos recursos naturais e a assistência técnica que a FAO poderá prestar a Cabo Verde. Mesmo que esses apoios nem sempre constituam verbas importantes, são entretanto extremamente importante, por se tratarem de áreas “estruturantes que vão ajudar a redinamizar o sector agrícola que cada vez mostra-se importante, com uma nova dinâmica para o nosso país”, enfatiza, considerando exemplar a parceria entre o país e a FAO.
Outra vertente dessa cooperação futura e ligada ao sector das pescas, é a aquacultura, com projectos já identificados e que “vamos ver como dinamizar”. Outro tema da conversa com o Primeiro-Ministro diz respeito à inserção competitiva de cabo Verde no contexto económico africano, tendo a diplomata destacado o potencial e os ganhos que o país pode obter neste reforço das relações com o continente que se apresenta, no geral, como das economias mais dinâmicas de momento.