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Guiné-Bissau: Diálogo e busca de entendimento são o caminho.

Confrontado esta quinta-feira, pelos jornalistas a partir da ilha do Fogo, sobre a situação política na Guiné-Bissau, o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, preferiu não fazer grandes considerações, por entender que tem a ver com “injunções de política interna” e que “não cabe ao Governo de Cabo Verde comentar o que se passa neste momento” naquele país.

Entretanto, Neves espera que os intervenientes neste processo possam, através do diálogo, buscar os consensos e entendimentos necessários para que a Guiné-Bissau possa retomar o caminho da estabilidade.

A partir da nova Escola Secundária dos Mosteiros que se inaugurava, o Chefe do Executivo cabo-verdiano, respondendo às questões dos jornalistas, disse não caber ao Governo de Cabo Verde comentar a destituição do Governo de Domingos Simões Pereira, por entender “que têm a ver com injunções de políticas internas”.

Contudo, acrescenta José Maria Neves, “o que nós esperamos é que haja muito diálogo, é que haja entendimento entre os órgãos de soberania para que, com estabilidade, a Guiné-Bissau possa desenvolver-se e afirmar-se no contexto das nações. São os nossos votos e esperamos que haja esta perspectiva de busca de consensos, de entendimentos para responder efectivamente às expectativas dos guineenses”.

Recorda-se que ontem, quarta-feira, o Presidente da Guiné-Bissau, José Manuel Vaz, confirmou os relatos de desgaste nas relações com o até então Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, decidindo pela demissão do Governo, através de um decreto presidencial lido às 23:10 de quarta-feira (22:10 em Cabo Verde) na Rádio Difusão Nacional da Guiné-Bissau.

Ainda duas horas antes, o Presidente José Manuel Vaz dava sinais do que estava por vir com uma declaração à Nação guineense em que, entre vários pontos, salientava que uma remodelação governamental não seria suficiente para fazer cobro à crise política há muito anunciada, tendo no centro as relações com o Primeiro-Ministro Simões Pereira.