“Queremos desenvolver competências humanas de excelência e aproveitar o posicionamento geoestratégico de Cabo Verde para (…) transformar o país num centro tecnológico regional de referência em África”, disse o Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, para quem esse propósito vai atrair e criar oportunidades de trabalho e centros de competências.
A afirmação do Ministro foi no âmbito da abertura do Workshop “Cabo Verde E-Gov Approach – arquitetura de interoperabilidade para impulsionar a economia digital”, promovido pelo NOSi (Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação) e que decorre durante dois dias (27 e 28 de julho) na Cidade da Praia.
Segundo Fernando Elísio Freire, o Governo está a apostar na economia digital, pois ela “abre-nos as portas para, numa nova etapa, onde os diferentes atores económicos devem convergir em objetivos concretos e na abertura de oportunidades a novos perfis de empreendedores”.
A estratégia económica de Cabo Verde só terá sucesso se for suportada numa economia do conhecimento, com competitividade fiscal, previsível, de baixo risco e geradora de rendimentos e de empregos de qualidade e de prosperidade para todos, salientou Fernando Elísio Freire, acrescentando que não será possível a criação de uma “nova economia” com as formas antigas de estar e de pensar.
Por isso, Governo pretende criar todas as condições para que os jovens possam conceber coisas extraordinárias, invistam na inovação e floresçam em ambientes dinâmicos formados por pequenas e médias empresas.
Neste sentido, em parceria com o sector privado, o Executivo promoverá e incentivará startups, parques tecnológicos, espaços de co-working, aceleradora de negócios e acesso ao financiamento privado e público.
O governante apontou ganhos significativos obtidos por Cabo Verde nos últimos 19 anos, destacando a emissão de certidões on-line pela Casa do Cidadão, a emissão de passaportes eletrónicos, o desenvolvimento de aplicativos da governação eletrónica nos diversos setores, bem como a efetivação do data Center Moderno e o lançamento da primeira pedra, recentemente, para a construção do Parque Tecnológico de Cabo Verde.
A ideia passa por Cabo Verde ser um centro tecnológico através da criação de parques científicos e tecnológicos abrangendo as TIC’s e as economias criativas com o envolvimento das instituições do ensino superior, nacionais e internacionais, do Poder Local e Regional, das associações empresariais e das empresas, avançou o Ministro.
Mais, o objetivo é “criarmos uma zona franca nos parques, com vantagens adicionais e condições vantajosas e tecnologicamente avançadas de utilização da rede de banda larga, permitindo assegurar contrapartidas a nível de absorção de técnicos nacionais e parcerias com a academia”.
Assim, o Governo está a trabalhar numa Agenda Digital – com base numa nova visão nacional para a Banda Larga e apostará no dividendo digital e nos complementos analógicos, adiantou Elísio Freire, acrescentando que deverá ser adotado um Plano Nacional de ciber-segurança e reforçado a segurança Informática, tendo em conta a Convenção Africana sobre ciber-segurança, a Diretiva da CEDEAO sobre ciber-segurança e as melhores praticas internacionais.
“A banda larga tem de ser um bem básico e de acesso universal. Na governação, na comunicação, no comércio, no ensino e na inclusão”, enfatizou o governante, ressaltando que o Governo “promoverá as TIC´s como capacidade para unir o território nacional e ligá-lo ao mundo e para garantir um serviço público e privado de proximidade com uma regulação capacitada”.
O desenvolvimento da governação eletrónica deverá continuar a ser suportado pelo Governo que espera, também, enquanto resultados: a estabilização do atual sistema de governação eletrónica; a blindagem do sistema contra cyber-ataques; uma maior participação do sector privado no mercado do e-government e do e-business; e uma maior dinâmica de incubação de empresas TIC e estabelecimento de parcerias público-privadas do desenvolvimento de soluções de e-government ou do e-business.
De salientar que neste workshop do NOSi, representantes do setor público e privado, das academias, especialistas nacionais e internacionais estão a refletir sobre os desafios que se colocam hoje ao desenvolvimento de uma economia digital em Cabo Verde, particularmente a sustentabilidade, a cyber-criminalidade, a confiabilidade e robustez do “Sistema” de governação eletrónica, a dependência tecnológica, a participação do setor privado, entre outros temas de interesse para o sector TIC.