Para conseguir essa maior qualidade na transformação de cidadãos de corpo e alma, ou seja, cidadãos conscientes, o Ministério da Educação deve introduzir, segundo José Maria Neves, novos disciplinas como a Cidadania e a Cultura da Paz.
Isso, "para que as escolas em Cabo Verde possam cumprir, efectivamente, o seu papel de serem escolas cidadãs, escolas inclusivas e de contribuírem para o desenvolvimento global de Cabo Verde", salienta.
Essas afirmações surgem num momento em que o Primeiro-Ministro procura incentivar, em várias ocasiões já e também hoje, a sociedade a juntar forças na reflexão de estratégias para um combate efectivo ao fenómeno da violência em Cabo Verde que vai se reconfigurando em formas diferentes ao que já estamos habituados, constituindo novos desafios.
É o caso da delinquência juvenil sob formas de gangues organizados, os chamados "Thugs" e que interpelam toda a sociedade a pensar soluções. Não só as escolas, mas também o Governo, as igrejas e outras instituições, e em especial também as famílias, aponta o Chefe do Executivo.
No que concerne à escola ora inaugurada, a sua inauguração acontece só agora, funciona parcialmente desde 2001, porque "só agora as obras ficaram concluídas", responde, aos jornalistas, o Primeiro Ministro.
Isso porque faltava completar mais blocos, a placa desportiva e trazer novos equipamentos. Um facto interessante é de que a escola possui rampa para alunos e pessoas com dificuldade de locomoção, numa perspectiva de ter escolas cada vez mais inclusivas.
É o caso de uma aluna que, falando em nome dela e de todos os colegas, realçou este aspecto como uma grande conquista.
PM lembra Vadú
Na mesma ocasião, José Maria Neves aproveitou para homenagear, não só "Ánu Novu", o patrono da escola, mas também a Codé di Dona, outro filho de São Domingos recentemente falecido e a Vadú, mais um jovem certeza, sim porque já havia dado provas de seu talento, tirado do convívio dos vivos de forma tão trágica.
Como disse Neves, foi-se o homem, mas nem por isso calou a música, porque a obra de Vadú viverá para sempre entre nós.
A seguir as palavras do Primeiro Ministro:
"Quando vejo a tormenta da morte do Vadú eu penso na necessidade de sermos suficientemente humildes para podermos ser tolerantes, respeitar o outro, promover o diálogo e a cultura da não violência".
"quando vejo a tormenta da morte do Vadú eu penso na necessidade de vivermos para criar e doar a Cabo Verde novos mundos, e foi precisamente o que Vadú fez. Vadú nos seus 33 anos de vida ,criou! Criou e doou a Cabo Verde composições musicais de extraordinária beleza.
"Criou e doou à sociedade cabo-verdiana uma referencia. A referencia de que se soubermos criar haveremos de deixar como herança a nossa obra. Podendo morrer fisicamente, Vadú hoje viverá eternamente connosco, através da sua obra, através da sua criação".
E continua, "Vadú morreu no mar e lembro-me de Jorge Barbosa, ao falar do desassossego do mar, sempre, sempre dentro de nós. Este mar de que também falara Fernando Pessoa, hão de ver que o mar, "Deus quis que o mar unisse e não mais separasse".
E espero que das profundezas do Oceano Atlântico, lá onde estará hoje o corpo de Vadú, ele possa perdoar-nos pelo facto de não termos podido realizar um enterro condigno para ele, mas ele estará no mar, no céu, nas estrelas e no coração de todas as cabo-verdianas e cabo-verdianos.