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Governo promove candidatura de Campo Concentração a Património Mundial

“Com esta resolução assumimos o compromisso, enquanto executivo, de fazer junto da UNESCO todas as diligências para que seja entregue, no ano 2025, o dossiê oficial. Para isso, contamos com a cooperação e forte envolvimento da Câmara Municipal do Tarrafal, da forte parceria de Portugal, Angola e Guiné-Bissau e todos os atores que estiveram envolvidos nesta travessia histórica para tirarmos o peso negativo do Campo Concentração”, aponta do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas.

O Governo de Cabo Verde assume, formalmente, a responsabilidade de levar a candidatura do Campo de Concentração de Tarrafal a Património Mundial à UNESCO, através da Resolução do Conselho de Ministros que acaba de ser publicada.

Esta publicação acontece numa data simbólica, 25 de abril, conhecida como o dia da Revolução dos Cravos, que marcou o fim do regime Salazarista e da ditadura e precipitou o encerramento do Campo de Concentração de Tarrafal – designada de Campo da Morte Lenta – a 1 de maio de 1974.

“Com esta resolução assumimos o compromisso, enquanto executivo, de fazer junto da UNESCO todas as diligências para que seja entregue, no ano 2025, o dossiê oficial. Para isso, contamos com a cooperação e forte envolvimento da Câmara Municipal do Tarrafal, da forte parceria de Portugal, Angola e Guiné-Bissau e todos os atores que estiveram envolvidos nesta travessia histórica para tirarmos o peso negativo do Campo Concentração”, aponta do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas.

O Campo de Concentração foi estabelecido em 1936, visando aniquilar física e psicologicamente os opositores portugueses e africanos à ditadura Salazarista.

Nesta primeira fase – 1936 a 1954 – com o nome de Colónia Penal de Cabo Verde, o Campo de Concentração recebeu mais de 300 presos portugueses.

Já na segunda fase – 1962 a 1974 – já com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, recebeu o Campo de Concentração recebeu militantes das lutas de libertação das então colónias portuguesas – Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.

1 de maio de 2024 completa 50 anos da libertação dos últimos presos do Campo de Concentração de Tarrafal, na ilha de Santiago.

O Campo de Concentração, também conhecido por Campo de Morte Lenta, foi estabelecido em 1936, visando aniquilar física e psicologicamente os opositores portugueses e africanos à ditadura Salazarista.

Entre os dois períodos, foram presos neste espaço mais de 600 pessoas (340 portugueses, 206 angolanos, 100 guineenses e 20 cabo-verdianos).

Devido a sua relevância histórica, o Governo de Cabo Verde reconhece formalmente o sublime histórico e cultural do Campo de Concentração do Tarrafal e, assim, por resolução do Conselho de Ministros, vai promover, junto dos Estados parte (Angola, Guiné-Bissau e Portugal) a sua candidatura a Património Mundial da UNESCO.

Esta candidatura vai de encontro com a Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural de 21 de novembro de 1972, de que Cabo Verde é Estado parte, reconhecendo a necessidade cada vez mais urgente de proteger, valorizar e conservar o património cultural e o património natural, perante as ameaças de destruição provocados por várias causas, como por exemplo, a evolução da vida social e económica.

Tarrafal Nunca Mais! Continua a ecoar por estes países que sofreram com o regime Salazarista. E pela memória histórica e preservação do património que o Governo de Cabo Verde entendeu que esta candidatura deve ser feita.

O dossiê técnico para a candidatura vem sendo preparado há já algum tempo e para dar força a esta iniciativa conjunta, o Governo de Cabo Verde oficializa, através do Boletim Oficial, esta intenção.

Desde 2016 que o Governo de Cabo Verde tem trabalhado para a preservação e salvaguarda deste património com vista a uma candidatura do Campo de Concentração a Património Mundial.