“Se não houver compreensão da situação em que vivemos, não se valoriza as medidas que o Governo vem implementando. Não se valoriza o esforço social”, adiantou, sublinhando que uma parte significativa da inflação está a ser contida graças ás políticas e medidas de mitigação do Governo.
Depois da cidade da Praia, o Governo promoveu hoje, em São Vicente, com as Confissões religiosas, as ONGs, Associações e Sociedade Civil, o “Fórum Nacional – Emergência de uma Frente Comum para Enfrentar e Vencer as Crises”, sob o lema “Juntos para agir, agora!”.
Ao presidir à abertura do evento, o Primeiro Ministro e Chefe do Governo explicou mais uma vez quais eram os objectivos destes encontros: fazer a sensibilização social, sobre o momento que Cabo Verde e o mundo atravessam. “O problema é grave, existe, atinge a economia e a vida das pessoas”. Mas mais, esta sensibilização permite-nos também acomodar comportamentos, atitudes e compreender prioridades”.
De acordo com o Dr. Ulisses Correia e Silva, diante do cenário de tripla crise, o Governo viu-se obrigado a declarar a situação de emergência social e económica porque não estamos imunes àquilo que acontece no mundo: a pandemia, a guerra na Ucrânia que despoletou a crise inflacionista, e a acrescentar a crise climática. “Cabo Verde não é um Oásis no meio do mundo, blindado e protegido de qualquer fenómeno externo”, disse.
Por isso, não entende que o Executivo esteja a ser confrontado, várias vezes, com algumas situações de pedidos de aumento salarial, ameaças de greve e manifestações. “Isto numa situação de normalidade compreende-se, não se compreende é nesta altura, num momento de crises graves”, explicou.
“Se não houver compreensão da situação em que vivemos, não se valoriza as medidas que o Governo vem implementando. Não se valoriza o esforço social”, adiantou, sublinhando que uma parte significativa da inflação está a ser contida graças ás políticas e medidas de mitigação do Governo.
“Estamos a solicitar aos nossos parceiros para que de facto haja um comprometimento com a compreensão da situação, assim como uma intermediação para que esta compreensão se faça”, acrescentou, lançando o desafio á Comunicação Social, que no entender do Primeiro Ministro andou muito bem durante a fase do surgimento da pandemia de covid-19, mas neste caso “não funciona” da mesma forma. “Sensibilizar, não para dramatizar, mas sim no sentido de mostrar que estamos numa situação de crise” que é global.
A responsabilidade, segundo o Primeiro Ministro, não é só do Estado. A sociedade, os indivíduos, as famílias, as Organizações sociais são importantes e têm responsabilidades. “Se não entendermos isso, tona-se difícil dar respostas”, concluiu, dizendo que conta com “a colaboração, participação e foco de todos para darmos as melhores respostas”.
O Fórum que decorreu esta manhã na Faculdade de Educação e Desporto (FaED) da Universidade de Cabo Verde, tinha dois painéis; “A responsabilidade do indivíduo na família e na comunidade” e a “Problemática da utilização de substâncias psicoactivas: da prevenção aos cuidados e reinserção”, tendo como oradores, entre várias entidades e especialistas, o Bispo da Diocese do Mindelo, D. Ildo Fortes.