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Governo mantém aposta nas barragens

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, reafirmou esta quinta-feira, que o Governo deverá manter a aposta na construcção de novas barragens no país, lembrando o projecto de levantamento de estudos para a edificação de mais 20 barragens nos próximos dez anos, sendo que cinco delas já estarão financiadas pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) que também financia este Estudo de levantamento e identificação das melhores zonas do país para a edificação destas novas barragens que serão edificadas.

neves baragens1José Maria Neves informa que neste momento está-se na fase final dos estudos referidos e assegura o financiamento das próximas barragens que serão construídas, sendo que a futura barragem de Rabil será, certamente, a maior do país, após a sua conclusão.

Outra Ribeira já identificada como tendo um potencial interessante para a edificação de uma destas infra-estruturas hidráulicas é a de São João Batista, também no município de Ribeira Grande de Santiago, a ribeira de São Jacinto e a Ribeira Grande, esta última em Tarrafal e ambas na ilha de Santiago, como potenciais zonas para receber estas cinco próximas barragens, assim como uma segunda barragem em Santo Antão.

Infelizmente, realça o Primeiro-Ministro, não é possível construir barragens em todas as ilhas por questões técnicas, sendo que, por exemplo o terreno demasiado poroso na ilha do Fogo impede se possa erguer uma barragem naquela ilha, apesar do forte potencial agrícola.

“Estamos a trabalhar, a ideia é construir nos próximos cinco, dez anos, mais 20 barragens, cinco já estão identificadas e já estamos a mobilizar financiamento, portanto 2016, 2017 Cabo Verde estará a construir essas cinco novas barragens e depois lançar-nos-emos na construcção das outras 15 um pouco por todo o território nacional”, onde seja possível uma infra-estrutura do tipo.

Contudo, José Maria Neves sublinha que a mobilização de água não se resume só às barragens. “Estamos a falar de diques de captação, reservatórios, e se introduzirmos novas tecnologias de produção agrícola, designadamente rega gota-a-gota, estaremos a desenvolver globalmente o país e todo o sector do agronegócio em Cabo Verde”. Algumas barragens subterrâneas podem, inclusive captar mais água do que algumas destas de superfície, recorda Neves.

No caso da barragem, hoje visitada, de Salineiro, na Ribeira Grande de Santiago, apesar de ainda não estar a reter uma quantidade sequer comparável às restantes barragens na ilha de Santiago, devido à sua localização numa região tradicionalmente menos propensa à queda de precipitações, sem contar que trata-se de uma vasta ribeira com uma largura maior do que a maioria, o Chefe do Governo sublinha a sua importância que ultrapassa a simples captação e retenção de água.

Esta infra-estrutura hidráulica, salienta Neves, tem também a importante tarefa de proteger a cidade de Ribeira Grande de Santiago, o único Património Histórico da Humanidade no país, para além de servir como ponte de passagem das pessoas e futuramente de carros, sendo que irá fazer parte do futuro anel rodoviário da Ribeira Grande de Santiago.

Mais ainda, a água já retida, assim como as futuras chuvas que se fizerem cair naquela área, servirá para reforçar o lençol freático naquela ribeira e, ao mesmo tempo, servir de bebedouro aos animais nesta região onde a criação de gado é das principais actividades económicas. Daí, sublinha, é preciso ver a barragem no seu todo e a sua importância estratégica com a sua localização aqui em Salineiro, augurando, ao mesmo tempo, que venham as chuvas de Setembro para garantir o ano agrícola e encher a barragem de Salineiro, assim como as outras do país.