Arlindo do Rosário considerou ainda que não se pode esquecer que o paludismo, para além de ser um problema de saúde pública é também um problema ambiental, de saneamento, de condições habitacionais, de educação e de cidadania, e que os resultados só podem ser consolidados e perenizados se diariamente for enfrentado os seus determinantes.
Os dados foram avançados pelo Ministro da Saúde Arlindo do Rosário, hoje, 25 de abril, durante o ato central que assinala o Dia Mundial de luta contra o Paludismo, que teve lugar na cidade da Praia ao afirmar que cerca de 261.533.743 escudos foram alocados ao Programa de luta contra as doenças de transmissão vetorial, através do Orçamento do Estado, isso sem contar com o financiamento das organizações internacionais, como a OMS e o Fundo Global.
De acordo com o Ministro, os ganhos são visíveis nesta luta pois o número de agentes e a sua distribuição pelas ilhas e concelhos tem vindo a crescer, contando hoje com 162 agentes e há 4 anos que o país não regista nenhum caso de transmissão local do paludismo. Isso fruto de um grande envolvimento dos departamentos Governamentais como a saúde, a agricultura e ambiente, bem como da educação, a coordenação entre o Governo e o poder local, a notável participação dos órgãos de comunicação social, das ONGs, do sector privado e da população, para além de um excelente nível de assistência técnica e financeira dos parceiros internacionais como a OMS, fundo global, Roll Back Malaria, OOAS, entre outros.
“É este envolvimento, esta assunção de responsabilidades individual e coletiva na efetivação da meta “Zero paludismo, começa Comigo” que nos tem permitido caminhar desde há 4 anos com passos firmes rumo á eliminação da transmissão autóctone do paludismo em Cabo Verde. Está nas nossas mãos conseguirmos a certificação pela OMS de país livre da transmissão comunitária do paludismo até o final deste ano”, assegurou o Ministro.
Segundo o governante, esta certificação de país livre de paludismo não se trata de um objetivo isolado para satisfação de egos, mas sim, está inserido num objetivo maior, numa estratégia que visa fazer de Cabo Verde um país seguro do ponto de vista sanitário com impactos para além da saúde, abarcando outros sectores como o ambiente, o social, o económico e particularmente o turismo.
Arlindo do Rosário considerou ainda que não se pode esquecer que o paludismo, para além de ser um problema de saúde pública é também um problema ambiental, de saneamento, de condições habitacionais, de educação e de cidadania, e que os resultados só podem ser consolidados e perenizados se diariamente for enfrentado os seus determinantes. Para isso, considerou ser imprescindível manter as medidas de reforço do sistema integrado de vigilância, manter o compromisso de financiamento interno, prosseguir com o programa de mobilização social e engajamento comunitário, reforçar o Sistema de Informação Sanitária, continuar a promover o acesso equitativo à prevenção e tratamento bem como continuar a estreita colaboração com os parceiros de desenvolvimento.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) que esteve representado pela Dra. Carolina Gomes, Cabo Verde está de parabéns porque não regista nenhum caso autóctone de paludismo desde janeiro de 2018 e o país está no processo de eliminação sendo que até agora várias conferências já foram realizadas com o Programa Mundial de Luta contra o Paludismo, a contratação de uma consultoria nacional para acompanhar o processo, os atelier de atualização dos procedimentos operacionais e, em junho, o país receberá a primeira visita de verificação – a segunda será em setembro -, sendo que está em curso o draft do relatório a ser apresentado aos experts internacionais que visitarão Cabo Verde no âmbito deste processo.
Cabo Verde já tentou por duas vezes a eliminação do paludismo sendo que em 1967 a 1972 e de 1983 a 1985, o país conseguiu a interrupção da transmissão local do paludismo e agora está em processo para eliminação pela terceira vez.
O Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo, 25 de abril, é assinalado este ano sob o lema “Reduzir o fardo do Paludismo e salvar vidas”, cujo propósito é incutir, ao mais alto nível, que os investimentos para acabar com o paludismo salvam vidas e são um caminho para melhorar o crescimento económico e se preparar para futuras ameaças à saúde, para alcançar o mundo seguro.