De acordo com José Maria Neves, é preciso continuar a apostar na melhoria da qualidade dos serviços, principalmente de acolhimento e de estadia para o Turismo, bem como valorizar o produto genuinamente cabo-verdiano, como forma de promover um turismo diferenciado e que saiba tirar proveito do que melhor a cultura cabo-verdiana tem para oferecer.
Para o Chefe do Governo "falta-nos ainda a capacidade de empreendedorismo para a aproveitar e transformar em instrumento de crescimento da nossa economia e de desenvolvimento do turismo".
Daí que, afirma, é preciso definir a marca Cabo Verde, "para podermos, a partir de todas as potencialidades que este país oferece, desenvolver uma forte promoção, estribada no DNA cabo-verdiano. Temos de apostar na melhoria das condições de acolhimento e estadia. Temos de ter a capacidade para criar uma autêntica economia da cultura". Ou seja, o que Cabo Verde precisa é de um turismo de qualidade e de alto valor acrescentado
Nisso, o Governo está empenhado em facilitar a implementação de projectos ligados à cultura, a começar por oferecer vantagens e incentivos parafiscais aos operadores que queiram aventurar-se nessas áreas afins, realçando o contributo decisivo do turismo para o crescimento e desenvolvimento de Cabo Verde.
Essas afirmações de José Maria Neves foram proferidas durante a cerimónia da 1ª Feira do Turismo em Cabo Verde, uma iniciativa do Ministério da Economia, e que aconteceu no Mindelo, justamente para discutir o turismo de qualidade que se quer para o país e, junto com as Câmaras e operadores, a criação de uma agenda de desenvolvimento da economia da cultura.
Alguns dos sectores apontados como fontes de oportunidades de investimento são o dos transportes, principalmente os transportes marítimos, o sector do artesanato onde existem condições para a criação de micro, pequenas e médias empresas que possam contribuir para a geração de mais empregos, riquezas e maior qualidade do turismo em Cabo Verde.
Neves cita o exemplo de São Vicente onde produtos como o Mindelact, o Carnaval ou o Festival da Baía das Gatas podem ser melhor aproveitados para a promoção do turismo naquela ilha. Aproveita ainda para "convidar" os cabo-verdianos a descobrirem as riquezas paisagísticas e culturais das nossas ilhas, contribuindo para um turismo interno relevante e que ajude a estimular a nossa economia.
Na mesma linha, a Ministra da Economia, Fátima Fialho frisa o comprometimento deste Executivo para com a promoção de um turismo de qualidade, também, como forma de se fazer face a algum abrandamento dos mercados em consequência da crise económica financeira que afecta, sobretudo o sector do turismo imobiliário.
A presidente da Câmara, Isaura Gomes, exaltando o pulsar cultural da sua ilha, fez votos de que o Governo possa fazer avançar os projectos de investimentos previstos em forja para São Vicente, de preferência para que sejam inaugurados no prazo de dois anos e meio, ainda antes do final do mandato da edil.
A Feira do Turismo, realizada no âmbito do Dia Mundial do Turismo, 27 de Setembro, aconteceu de sexta-feira a domingo, promoveu várias palestras, feiras das profissões do turismo, workshops, exposição de fotografias, teatro, música ao vivo e outras actividades.
A intenção, segundo Fialho, é instituir uma Feira anual.
Governo quer regiões planos
No mesmo dia, José Maria Neves encerrou um debate organizado pela Câmara de Comércio de Barlavento sobre o desenvolvimento das ilhas de São Vicente, São Nicolau e Santo Antão, onde mostrou a atenção especial dada a essas ilhas pelo seu Executivo, com os vários projectos estruturantes executados ou em execução.
Também realçou a contribuição desse evento para a discussão e definição de uma política de regionalização das ilhas, sendo que essas três ilhas já se definem como uma região plano.