Trata-se de um projecto de apoio à pesca artesanal no quadro da conservação das zonas costeiras e totalmente financiado, neste caso, pelo Governo de Cabo Verde, através da Direcção Geral do Ambiente.
As quatro embarcações mais motores que custaram cerca de mil e 500 contos, irão beneficiar, cerca de 20 pescadores e 80 famílias, contribuindo assim, para a melhoria das suas vidas. "Queremos que cada pescador possa ter condições de trabalho para que a sua pesca não sirva apenas para a sua alimentação e subsistência", referiu José Maria Neves.
O objectivo do Governo é, afirma, criar as condições para que os pescadores possam tirar o máximo rendimento da sua actividade e, poder assim, melhorar as suas vidas e de seus familiares. "Para que possam tirar rendimento da pesca e o seu sustento, mas também que possam com isso, financiar os estudos dos seus filhos, comprar habitação própria, para que possam pagar as suas contas…".
Este projecto faz parte de uma grande estratégia que o Governo vem implementando de combate à pobreza, criando as condições para que as pessoas possam se dedicar a actividades próprias de geração de rendimento, através de micro, pequenas e médias empresas e negócios e outras actividades geradoras de auto-emprego.
"Queremos apoiar todos os pescadores, mas (devido às condições do país) teremos de andar passo a passo", sublinha. Neves recorda que, desde que chegou ao Governo, o país tem conseguido reduzir a pobreza em pelo menos 13%, sendo que, de acordo com os dados, cerca de 24% de cabo-verdianos e cabo-verdianas são ainda pobres.
Um passo assinalável, mas ainda longe das ambições que este Governo tem para o país. "Queremos reduzir ainda muito mais", salienta.
Vem aí Novo Banco Social
Com olhos postos num combate ainda mais feroz à pobreza e ao maior "empoderamento" das pessoas, o Executivo resolveu criar o novo Banco social para apoio aos micro, pequenos e médios negócios e empresas que está prestes a iniciar as suas actividades.
O novo banco, garante José Maria Neves, já foi criado, estando neste momento em fase de implementação, sendo que os órgãos sociais já foram designados. Os potenciais beneficiários deverão ter acesso a empréstimos com juros em condições mais vantajosas do que as do mercado, para desenvolverem as suas iniciativas e contribuírem para a geração de negócios e empregos.
Contra os riscos que são grandes, no que concerne a um banco desta natureza, o Executivo está a acautelar esses riscos com a criação da Sociedade de Garantia Mútua e o Fundo de Contra Garantia, para dar melhores condições de empréstimos às pessoas.
Para além disso, "foram feitos já os estudos (sobre riscos), estamos a trabalhar com os agricultores, os pescadores, as pessoas que querem ter acesso à habitação própria, etc., para podermos garantir o financiamento dentro dos limites dos riscos que qualquer banco pode suportar", conclui.
Durante a sua visita ao Tarrafal, José Maria Neves foi conferir o desenvolvimento de alguns projectos de rega gota-a-gota em algumas localidades, para além de uma passagem pelo mercado da Vila do Mangue e pelo Centro da Juventude local, inaugurado no final de Julho.