Em comunicado direccionado hoje, 15 de Janeiro, a todos os Órgãos de Comunicação Social do país, o Governo considera que os massivos e desproporcionais ataques de Israel à faixa de Gaza "constituem violação do direito internacional humanitário, agravam a já difícil situação humanitária das populações civis nesse território, exacerbam as tensões na sub-região e criam um clima favorável ao desenvolvimento do extremismo".
Por tudo o que precede – refere o comunicado – e atenta a iminência de uma radicalização cada vez maior do conflito com consequências imprevisíveis, Cabo-Verde considera "não existir uma solução militar para o conflito, do mesmo passo que felicita e encoraja as pertinentes iniciativas diplomáticas em curso."
Neste particular, "Cabo Verde expressa a sua preocupação face ao não cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e ao desrespeito do direito internacional em vigor, que perpetuam situações intoleráveis de sofrimento humano e conduzem ao descrédito do sistema multilateral de governação das relações internacionais com base nas disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas".
O Governo considera, igualmente, o cessar-fogo imediato e o fim das hostilidades, condições prévias para uma negociação sincera e leal, objectivando a criação de um Estado Palestiniano viável, independente e democrático, a conviver em paz e segurança com o Estado de Israel e demais vizinhos, no interesse da região, e de toda a Comunidade Internacional.
Por fim, refere o comunicado governamental, "Cabo Verde confia que as autoridades israelitas saberão escutar a voz da razão e os apelos dos seus próprios amigos e da Comunidade Internacional, que afinal podem constituir o garante para uma paz duradoura, condição necessária para o aprofundamento de relações de confiança com os seus vizinhos mais próximos na base do reconhecimento e respeito mútuos e da promoção de interesses recíprocos".