O Vice Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, reage com satisfação à notícia e diz que se trata de “uma boa medida de curto prazo”, mas aponta que, nesta matéria, há ainda um longo trabalho a ser feito por forma a que o país possa atingir e conseguir os resultados que se quer a longo prazo, que é a conversão da dívida pública.
O quadro das medidas de mitigação, face à crise provocada pela pandemia, o grupo de países credores responsáveis pela organização da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) anunciou ontem que vai isentar Cabo Verde do pagamento da dívida externa, até 31 de dezembro deste ano.
O Vice Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, reage com satisfação à notícia e diz que se trata de “uma boa medida de curto prazo”, mas aponta que, nesta matéria, há ainda um longo trabalho a ser feito por forma a que o país possa atingir e conseguir os resultados que se quer a longo prazo, que é a conversão da dívida pública.
Explicando, o Governante diz que “uma medida estruturante e estrutural terá que ser, nomeadamente uma conversão da atual dívida pública externa em investimentos estratégicos de longo prazo para Cabo Verde” em áreas como o digital, a saúde, a agricultura/transformação agrícola e a resiliência, como também “tudo aquilo que tem a ver com a promoção da economia marítima, qualificação dos recursos humanos, e a promoção de Cabo Verde enquanto destino investimentos do privado”.
O Governante realça que, nessa estratégia de longo prazo é fundamental que, ao nível do setor público, se garanta a continuidade de investimentos em “água, nomeadamente no que tange à dessalinização da água do mar, da água salobra para a rega em todos os cantos de Cabo Verde. Estes investimentos todos podem rondar qualquer coisa como 500 milhões contos no horizonte de 10 anos”.
Olavo Correia sublinha ainda que, “se nós não conseguirmos uma redução substancial ao nível da dívida pública atual, dificilmente conseguiremos mobilizar recursos financeiros suficientes para investirmos nesses setores que são fundamentais e cruciais para o nosso futuro”.
De referir que, relativamente à iniciativa do G20 deve-se ao reconhecimento do Clube de Paris em como “o Governo da República de Cabo Verde está empenhado em canalizar os recursos libertados por esta iniciativa para o aumento da despesa para mitigar os impactos económicos, sociais e de saúde da crise da COVID-19, e está também empenhado em procurar de todos os credores oficiais bilaterais um tratamento do serviço da dívida que esteja em linha com os termos da proposta”, conforme lê-se na nota divulgada.