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Fundo Global aprova financiamento para produção e instalação de oxigénio nos dois Hospitais Centrais do país

Atualmente, Cabo Verde é considerado líder na eliminação da transmissão vertical do VIH — quando o vírus passa de mãe para filho durante a gravidez —, sendo o único país na África Ocidental e Central a estar perto de atingir este objetivo. O país também passou três anos consecutivos sem transmissão local de malária, tornando-se elegível para se candidatar à certificação de eliminação da malária da Organização Mundial da Saúde.

 Cabo Verde vai receber um financiamento adicional do Fundo Global no valor de 4.829.382 (quatro milhões, oitocentos e vinte e nove mil, trezentos e oitenta e dois euros, para apoiar o país na produção e instalação de oxigénio nos dois Hospitais centrais do país (Agostinho Neto na Praia e Batista de Sousa, de S. Vicente). O financiamento acontece no quadro do Mecanismo de Resposta COVID-19 (C19RM), justificando-se no grande impacto que a mesma terá no país.

A informação foi avançada nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, durante o encontro entre a delegação de Cabo Verde, liderada pela Ministra da Saúde, Filomena Gonçalves e a delegação do Fundo Global, em Geneva (Suíça). Durante o encontro entre as duas partes foram discutidas, ainda, as vulnerabilidades socio-económicas vividas em Cabo Verde, causadas pela pandemia de Covid-19, os anos consecutivos de seca, o aumento da inflação, entre outros, que exerceu uma enorme pressão sobre o orçamento do Estado e um impacto negativo no orçamento da saúde.

A titular da pasta de Saúde aproveitou o momento para agradecer ao Fundo Global pela parceria financeira e técnica estabelecida, desde 2010, nas componentes VIH-SIDA, Tuberculose (TB) e Malária e também na resposta à pandemia de Covid-19 ao longo dos últimos dois anos: “esta parceria do Fundo Global tem contribuído enormemente para que o país tenha ganhos significativos na luta contra o VIH, a TB e a malária”, frisou.

Atualmente, Cabo Verde é considerado líder na eliminação da transmissão vertical do VIH — quando o vírus passa de mãe para filho durante a gravidez —, sendo o único país na África Ocidental e Central a estar perto de atingir este objetivo. O país também passou três anos consecutivos sem transmissão local de malária, tornando-se elegível para se candidatar à certificação de eliminação da malária da Organização Mundial da Saúde. Além disso, com mais de 70 % da população adulta totalmente vacinada, Cabo Verde tem a terceira maior cobertura vacinal contra a COVID-19 na África Subsariana.

Contudo, a ministra salientou a necessidade do reforço da estratégia de prevenção da reintrodução da malária, para manter a certificação de ausência da doença; o reforço da capacidade dos Recursos Humanos para a Saúde; otimizar a cadeia de abastecimento de produtos de saúde e o reforço do sistema de informação e comunicação sanitária.

Por seu turno, o Coordenador Regional para África Ocidental e Central, Ibrahim Faria, em representação do Fundo Global reconheceu os esforços que o país tem feito para controlar a pandemia e manifestou a disponibilidade em continuar a apoiar Cabo Verde na resposta no progresso contra o VIH, a Tuberculose e a malária.

De realçar ainda que atualmente, o Mecanismo de Coordenação Nacional do Fundo Global (CCM – Cabo Verde) está a preparar duas candidaturas aos financiamentos do Fundo Global, sendo uma no âmbito do 7º Ciclo de Financiamento – CG7, para a subvenção conjunta HIV-TB e Malária, e outra do projeto C-19RM, para investimentos no reforço do sector da saúde para a resposta à pandemia da COVID-19, para Maio do corrente ano.