“O desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa é forte. A economia recuperou fortemente em 2022, crescendo 17,7%”, diz o FMI, alertando, no entanto a vulnerabilidade do arquipélago a “choques externos e perturbações relacionadas com o clima”.
O Conselho Executivo do FMI voltou a avaliar positivamente o Acordo de Facilidade de Crédito Alargada de 36 meses com Cabo Verde, o que irá permitir ao nosso país ter acesso a 4,50 milhões de DES (cerca de 6 milhões de dólares), divulgou hoje o Fundo Monetário Internacional.
“O desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa é forte. A economia recuperou fortemente em 2022, crescendo 17,7%”, diz o FMI, alertando, no entanto a vulnerabilidade do arquipélago a “choques externos e perturbações relacionadas com o clima” e que “os ganhos significativos alcançados até agora precisam de ser sustentados a médio prazo para salvaguardar a estabilidade económica, construir resiliência e promover o crescimento inclusivo”.
Em relação ao déficit primário, o FMI aponta uma diminuição para 1,9% do PIB, “a relação dívida/PIB diminuiu significativamente, a conta corrente melhorou e as reservas internacionais permaneceram adequadas para proteger a paridade cambial”, reafirma.
“Projeta-se que o crescimento real do PIB seja moderado para 4,4% em 2023, à medida que o crescimento das exportações se normaliza. A inflação é projetada em 5,2% em 2023, com a queda dos preços dos combustíveis e alimentos. O déficit em conta corrente deve aumentar em 2023, à medida que as exportações de bens e serviços, turismo e remessas crescem mais lentamente do que as importações”, avalia ainda o Fundo Monetário Internacional.
“O desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa apoiado pela ECF tem sido forte. A economia cabo-verdiana recuperou fortemente em 2022 e as perspetivas de curto prazo são favoráveis, apesar de alguns riscos descendentes. A inflação aumentou devido aos efeitos em cascata da guerra da Rússia contra a Ucrânia nos custos de alimentos, combustível e transporte. Os riscos para as perspetivas continuam a ser significativos, nomeadamente devido à menor procura externa dos principais mercados turísticos, à fraca implementação da reforma das empresas públicas e aos choques em matéria de alterações climáticas”, diz Antoinette Sayeh, Directora-Geral Adjunta e Presidente em exercício do Conselho Executivo do FMI,
Será importante manter os progressos na mobilização das receitas internas, simplificar as isenções fiscais, aumentar a eficácia dos projetos de investimento público e continuar a melhorar a gestão da dívida. A reforma das empresas públicas também é fundamental para reduzir os riscos fiscais, concluiu o FMI.
“As autoridades são encorajadas a continuar com sua ambiciosa agenda de reformas estruturais para se adaptar aos desafios colocados pelas mudanças climáticas, reduzir o custo de fazer negócios, fortalecer as redes de segurança social e acelerar as reformas das empresas públicas”, pode-se ler ainda no site desta Instituição Financeira mundial.
Leia na íntegra a avaliação do FMI acedendo ao link: