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FMI elogia medidas adoptadas por Cabo Verde

A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que terminou uma missão a Cabo Verde, esta quarta-feira, elogia as medidas adoptadas pelo Governo e traça um quadro positivo para o crescimento económico do arquipélago, em 2015.

Um facto que representa motivo de alento e encorajamento para o Governo na sua busca incessante pelas melhores soluções e medidas de política para o desenvolvimento do país e sinal de que as opções, inseridas no plano da política macroeconómica do país levadas a cabo por este Executivo estão no caminho certo. 

Prova ainda da grande convergência nas projecções do Governo e do FMI, no sentido de 2015 perspectivar-se como um ano de aceleração do crescimento económico (3%), como resultado da contínua recuperação na área do euro, do aumento das receitas do turismo, do investimento directo estrangeiro e do baixo preço do petróleo, num contexto de um antecipado aumento do crédito à economia. Por sua vez, a Ministra das Finanças e do Planeamento sublinha que as perspectivas para 2015 “ são boas ” , porque Cabo Verde continua  a ter os  factores  positivos  de 201 4,  nomeadamente a “ forte exportação”  do pescado  e a retoma do investimento directo estrangeiro.  Um outro aspecto importante realçado pela Ministra das Finanças e do Planeamento é a validação na globalidade da política económica adoptada pelo governo até a data, por parte do Fundo Monetário Internacional, nomeadamente, a utilização inteligente do investimento concessional, para infraestruturar o país, quer do ponto de vista físico como institucional. Por outro lado, a missão alertou o Governo para os desafios ao nível da sustentabilidade da dívida pública, decorrentes do aumento dos riscos, devido a factores exógenos com impacto num menor crescimento económico nos últimos anos bem como a depreciação do euro.    

Na sequência a Ministra das Finanças e do Planeamento afirmou o engajamento do Governo na diminuição do programa de investimentos públicos levando até o horizonte temporal de 2017-18, permitindo assim uma redução gradual do deficit.  De acordo com a avaliação da equipa do FMI, em 2014 a economia de Cabo Verde continuou a enfrentar um contexto internacional difícil, com destaque para a área do Euro, e o crescimento económico aumentou ligeiramente. O turismo teve uma evolução negativa, após muitos anos de crescimento, evolução que se deve, na perspectiva da missão, ao impacto negativo do Ébola. Do lado positivo, realçou as exportações de bens que cresceram fortemente, bem como o comportamento bastante favorável das remessas dos emigrantes e do investimento directo estrangeiro.

A missão felicita, também, as medidas implementadas pelo BCV, essencialmente no que tange à decisão de flexibilização adicional das condições monetárias em Fevereiro e pelas medidas para facilitar a resolução de empréstimos improdutivos, acreditando que estas apoiarão o crescimento económico e permitirão uma retomada dos empréstimos bancários ao sector privado.   O FMI considera, ainda, que a actuação do banco central foi apropriada e tempestiva, num cenário de crescimento negativo do crédito à economia, de ausência de pressões inflacionistas e de forte acumulação de reservas externas, que se situam num nível confortável em relação às importações.  Para 2015 a missão prevê a continuação de uma inflação benigna e de um nível robusto de reservas cambiais, conferindo margem de manobra para que a política monetária permaneça acomodatícia nos próximos tempos. Neste âmbito, o FMI evidenciou bastante optimismo, ao c onsiderar que “  o sentimento geral no mercado parece ser de um  optimismo prudente e os bancos  referiram  planos  de  expansão do  crédito entre 6 a 1 0% em  2015” , isto na sequência de encontros da equipa do Fundo com os bancos. A paridade cambial com o euro continua a ser uma âncora política monetária adequada.