O país é mais uma vez avaliado positivamente por uma instituição internacional, desta vez no que respeita ao risco soberano da dívida do país. Cabo Verde é classificado com um B+ no que tange aos riscos da dívida a longo prazo de acordo com a Fitch Ratings, enquanto a médio prazo o país é classificado com um rating B. Esta boa performance é creditada ao bom funcionamento das instituições e à Boa Governação do país, de acordo com a publicação da Fitch.
A notícia já circulou por vários órgãos de comunicação internacional, nomeadamente a Reuters, agência de notícias alemã que destaca a boa performance económica do país que levou a esta classificação no índice dos riscos da dívida soberana dos países.
No geral, Cabo Verde conseguiu um “B+” em termos de performance, considerando a Fitch que a situação em relação à nossa dívida soberana é estável.
Entretanto, no que diz respeito aos riscos a curto prazo, a classificação das Ilhas é “B”, ainda assim um óptimo score, atendendo ao cenário de crise económica internacional, em especial em alguns dos principais parceiros económicos de Cabo Verde, nomeadamente Portugal e os países da União Europeia em geral.
A boa performance de Cabo Verde neste importante quesito que é o risco soberano da dívida tem influências directas na atracção de investimentos e no bom ambiente económico do país. Outro aspecto positivamente considerado pelo relatório tem a ver com a percentagem de crescimento do produto interno bruto, ou seja, da economia à volta dos 5 por cento relativamente ao ano de 2011, “apesar do difícil ambiente económico ao nível internacional”.
Tal aspecto, diz a Fitch Ratings, reflecte o sucesso de Cabo Verde na diversificação das trocas e dos parceiros internacionais, sobretudo no continente europeu, estando Portugal, França, Alemanha, Reino Unido e Holanda entre os principais parceiros.
É, também, o resultado do bom funcionamento das instituições e da Boa Governação do país. Entre as razões do bom crescimento do PIB cabo-verdiano, a análise aponta o crescimento do número de turistas em 25 por cento, bem como o aumento das remessas dos emigrantes (24%) ao país.
Isso, não obstante o “abrandamento” da economia europeia que corresponde a cerca de 80% do mercado emissor de turistas e a igual percentagem de remessas ao nosso país, assim como a 90% do Investimento Directo Estrangeiro em Cabo Verde.
Outro factor decisivo e que sustenta as políticas do Governo, é o plano de investimentos público nas infra-estruturas, que para além de favorecer o crescimento económico do país a longo prazo, aponta a Fitch Ratings, também contribuiu para esse crescimento do PIB em 2011. Uma tendência que deverá manter-se nos mesmos 5 por cento entre 2012 e 2013, segundo o mesmo estudo.
Dívida controlada
Outro ponto favorável ao país está relacionado com a dívida pública em matéria de investimentos.
Avaliando os números, a dívida é elevada, endividamento público (76% do PIB) e externo (95% do PIB), números que traduzem défices orçamentais elevados (8,8% do PIB em 2011) e que sugerem um desequilíbrio estrutural na conta corrente (15% do PIB em 2011). Tais dívidas justificam-se pela necessidade premente de responder aos desafios de modernização das infra-estruturas do país, bem como à necessidade de aproveitar as janelas de oportunidades de empréstimos a condições mais favoráveis.
Assim, o relatório sustenta o discurso do Governo de que tais dívidas mantêm-se controladas, já que elas são maioritariamente concessionais e, portanto, a juros abaixo do mercado e com largos períodos de amortização.
Esta capacidade do Governo em atrair tantos financiamentos concessionais para os projectos e programas de investimentos é um testemunho do sucesso deste Governo liderado por José Maria Neves em responder aos critérios de exigências dos financiadores, assim como em identificar projectos que sejam qualificáveis aos mesmos fundos.
Fontes: Reuters, agência de Notícias alemã e Fitch Ratings (www.fitchratings.com)