Durante mais de uma hora, o Chefe do Governo, José Maria Neves, ouviu as preocupações levadas pela Comissão dos Finalistas da Uni-Piaget que, segundo o seu Presidente, José Eduardo dos Santos, tem a ver com a sua inserção no mercado de trabalho.
E tem também a ver com os desafios que o país enfrenta e a qualidade do ensino superior em Cabo Verde e de como esta poderá contribuir, ainda mais, para a realização dos objectivos de desenvolvimento do país.
Daí que a Comissão apresentou José Maria Neves um projecto de organização de um fórum, envolvendo todas as instituições de ensino superior para discutir a área a fundo e juntos analisarem as soluções e formas de melhorar cada vez mais a sua qualidade. O Fórum deve acontecer a 20 de Junho deste ano e conta com o forte apoio do Governo.
Também aproveitaram para expor a José Maria Neves sobre o conjunto de actividades que a Comissão tem vindo a organizar, seja no âmbito da angariação de fundos para a realização da Gala de Finalistas a ser realizada no verão deste ano, seja nas áreas sociais, culturais, desportivos e outras que pretendem colocar ao dispor da sociedade a sua mais valia, "com base no que aprendemos ao longo desses cinco anos", afirma Dos Santos.
Preocupações
Entre as preocupações mais "angustiantes" desses jovens formandos finalistas, é a situação da sua colocação no mercado. E, se em outras áreas essa inserção tem sido algo bem sucedida, há o dilema dos formandos de arquitectura da Uni-Piaget, cujo diploma não tem sido reconhecido pela Ordem dos Arquitectos.
Na sequência, há uma interpelação dos estudantes de arquitectura, junto aos tribunais que põem em causa a legitimidade de uma Ordem avaliar a validade e qualidade de um curso, quando o próprio Governo, através do Ministério da Educação e Ensino Superior, é quem tem essa competência. "E não há nenhuma outra instituição acima do Governo para fazer essa avaliação", sublinha o Presidente da Comissão dos Finalistas da Uni-Piaget.
Recorda-se que o que está em causa é, segundo o entendimento da Ordem mencionada, a ausência no Currículo do referido curso, "a ausência de uma ou outra disciplina" consideradas por esta de essenciais. Para Dos Santos, mais do que uma questão de tribunal, o que deve imperar "é o bom senso" da Ordem, aconselha.
O tema foi abordado com o PM que se mostrou atento e preocupado. Da parte do PM, segundo José Eduardo dos Santos, este adiantou que o Ministério da Educação está a acompanhar de perto a situação e que já solicitou um parecer jurídico para ver "de que forma se poderá resolver" esta contenda.
