Notícias

Erupção vulcânica: Situação mais calma esta quarta-feira

O Vulcão do Fogo acordou mais calmo esta quarta-feira, e ainda bem, de acordo com o Coordenador do Gabinete de Crise, o General Antero Matos e que hoje reuniu todos os membros do dito gabinete para uma reunião de avaliação, tendo sido levantado a necessidade do reforço da coordenação entre os vários intervenientes em todo esse processo de apoio aos deslocados de Chã das Caldeiras, bem como um plano para a fase pós erupção, onde se discutiu ainda soluções definitivas de habitação e reintegração dessas pessoas.

Felizmente, as lavas parecem ter diminuído de intensidade, pelo menos por agora bem como a emissão de gases por parte do vulcão, conforme constatou o General. Espera-se que essa calmaria possa perdurar por forma a amenizar os estragos que já são muitos, tanto em termos materiais como no aspecto psicológico.

Daí que tenha sido uma preocupação neste encontro a necessidade de uma coordenação maior entre todos as instituições integrantes do Gabinete de Crise no sentido de se fazer um trabalho mais eficaz e de modo a evitar duplicação de esforços e desperdício de meios e recursos.

Outra questão tem a ver com a fase pós-erupção, tendo em conta que eventualmente o sistema de protecção civil terá de sair de cena e dar lugar a instituições mais “vocacionadas” para prestar assistência aos deslocados enquanto estiverem nesses centros de acolhimento.

Há ainda que se fazer o reforço e “reequilíbrio” na distribuição dos acolhidos pelos diferentes centros, pois que as pessoas insistem em ficar em Achada Furna, que é mais próximo a Chã das Caldeiras, sendo que o centro dos Mosteiros, com melhores condições, até o fecho desta edição recebia menos gente entre os três. Isso para, além de uma melhor gestão, o maior conforto dos acolhidos, enfatiza Antero Matos.

A principal preocupação agora, sublinha Matos, “é proporcionar a melhor organização possível dos centros de acolhimento para o melhor acolhimento dos deslocados de Chã”. Assim como avançou esta tarde o Primeiro-Ministro, o Gabinete de Crise terá ainda no seio das preocupações a reabilitação, o mais rápido possível, das casas construídas aquando da erupção de 1995, assim como a edificação e condução do plano para a construção de novas habitações.

Vai-se, também, proceder à constituição e uma equipa de análise socioeconómica da situação provocada pela crise, isso para a melhor reintegração das pessoas e para que as casas que forem construídas venham, de facto a corresponder às suas expectativas e necessidades.

Ainda no que toca à erupção, as lavas provocaram, para além da destruição de grande parte do povoado de Portela, a dizimação de 36 hectares de terreno de agricultura de sequeiro. Uma boa notícia é que, até o fecho desta reportagem, as áreas de vinicultura não haviam sido atingidas pelas lavas.