A Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtado, que esteve de visita a Cabo Verde de 21 a 22 de março, acompanhada da Diretora Adjunta do FNUAP para a região da África Ocidental e Central, Fabrizia Falcione, foi recebida pelo Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário e sua equipa, na manhã desta segunda-feira, 21, onde puderam trocar impressões sobre a situação do país, nomeadamente os progressos e os desafios enfrentados em matéria de saúde sexual e reprodutiva, saúde materno-infantil, vacinação, saúde dos adolescentes e jovens, planeamento familiar, a pandemia de Covid-19, entre outros.
A Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtado, que esteve de visita a Cabo Verde de 21 a 22 de março, acompanhada da Diretora Adjunta do FNUAP para a região da África Ocidental e Central, Fabrizia Falcione, foi recebida pelo Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário e sua equipa, na manhã desta segunda-feira, 21, onde puderam trocar impressões sobre a situação do país, nomeadamente os progressos e os desafios enfrentados em matéria de saúde sexual e reprodutiva, saúde materno-infantil, vacinação, saúde dos adolescentes e jovens, planeamento familiar, a pandemia de Covid-19, entre outros.
Para o Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, foi uma oportunidade de partilha sobre a saúde em Cabo Verde, considerando ter sido um encontro “muito interessante”, onde tiveram a oportunidade de passar um conjunto de informações sobre a saúde sexual e reprodutiva, e no Hospital Dr. Agostinho Neto e alguns centros de saúde puderam constatar, in loco, a evolução dos cuidados prestados quer a nível hospitalar como a nível da atenção primária de saúde às mulheres, adolescentes, raparigas, crianças e jovens.
“Desde a sua visita à Cabo Verde pela última vez, tem havido progressos no que diz respeito a saúde sexual e reprodutiva graças ao apoio do Sistema das Nações Unidas e particularmente do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP)”, reforçou o Ministro, deixando um reconhecimento pelo apoio, assistência técnica e financeira que o Governo de Cabo Verde tem recebido, bem como o papel importante que desempenharam ao lado do país no enfrentamento da pandemia da Covid-19, nomeadamente no reforço laboratorial, na formação e capacitação dos recursos humanos, no recrutamento, na comunicação de risco e sobretudo no processo da vacinação. “Seja através do mecanismo Covax, ou seja, intermediando ao nível da cooperação bilateral onde houve um papel muito importante das agências das Nações Unidas”, concluiu.
Depois de ouvir as informações, Catarina Furtado agradeceu o convite “para estar em Cabo Verde que é uma terra que mora em mim e que tenho muito carinho”. “Desde a última vez que vim, já pude ver que Cabo Verde tem umas políticas de intervenção e de promoção da saúde da mulher, da saúde sexual e reprodutiva, da não violência com base no género e dos direitos humanos, em geral muito bem implementadas e são experiências que levo para o mundo interno porque Cabo Verde é um exemplo e desta vez pude também constatar que houve uma evolução nestas matérias e fico muito contente com isso”.
Segundo disse, enquanto Embaixadora da Boa Vontade a sua missão é ampliar as noticias, as que são boas e as que estão menos boas, apoiar para que melhore, designadamente com o reforço dos recursos, dos financiamentos e de pessoas que estejam comprometidas e no caso concreto de Cabo Verde, afirmou que irá levar as informações recebidas e torná-las mais conhecidas em termos mundiais.
“Num contexto de crise sanitária aquilo que as autoridades não querem é que haja retrocessos nestas áreas em concreto designadamente a saúde materno-infantil e a saúde sexual e reprodutiva”, disse, ao tomar conhecimento de que a taxa de mortalidade infantil que passou de uma média de 20 /1000 nascidos vivos, no período de 2010 a 2014 para 11,6% em 2020, com uma evolução positiva nos últimos anos. Em termos da mortalidade materna tem sido abaixo de 70/100000 nascidos vivos o que vai de encontro aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Relativamente às doenças oncológicas, as autoridades de saúde informaram que o cancro é a terceira causa de óbito em todo o país, sendo que os relacionados com o homem (cancro da próstata) diminuíram de 15 para 12% ,traduzindo a melhoria das condições para o rastreio, e em relação às mulheres o cancro da mama é a mais frequente registando em média cerca de 4,5% por ano, e o cancro do colo do útero, em média 4%, mas também foi informada que há investimentos para melhorar o rastreio e ter um registo de base populacional para se alcançar resultados melhores.
Sobre a vacinação das crianças menores de 5 anos, no âmbito da redução da morbi-mortalidade por doenças graves transmissíveis e evitáveis por vacinas, o Programa Alargado de Vacinação (PAV) garante a vacinação através das estruturas de saúde com a administração de BCG, VPO 0 e Hepatite B desde a nascença nas maternidades, sendo que a continuidade é feita nos serviços primários de saúde.
Uma outra informação partilhada foi que Cabo Verde introduziu novas vacinas no calendário vacinal nomeadamente VPI, em 2017, contribuído para o processo de eliminação da poliomielite e a vacinação contra o HPV em 2021, para meninas de 10 anos, no sentido de prevenir o cancro do colo uterino.
O Ministério da Saúde fez saber que a taxa da gravidez na adolescência tem vindo a cair de 23% em 2011 para 15% em 2020 e informou que foi criada em 2016 um Programa de Saúde dos Adolescentes.
A comitiva de Catarina Furtado ficou a saber ainda que a procura do planeamento familiar segundo o IDSR III-2018, foi de 63% para todas as mulheres sendo que para as mulheres solteiras foi maior (89%) e para as casadas e em união foi de 82%. A taxa das necessidades não satisfeitas em matéria de planeamento familiar para todas as mulheres situou em 19% e 15% para os adolescentes dos 15 aos 19 anos.
Muito mais informações foram partilhadas nomeadamente relacionados com a prevalência contracetiva, seguimento pré-natal, prevenção e tratamento das IST e do VIH cuja prevalência é de 0,6% na população geral, 0,4% nos homens e 0,7% nas mulheres, sendo uma epidemia concentrada principalmente nas populações chave.