O Boletim de Acompanhamento Macroeconómico e Estatística Trimestral é um documento produzido pela Direção Nacional de Planeamento do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial que traz um conjunto de informações estatísticas e indicadores que possibilitam um acompanhamento dinâmico da realidade macroeconómica nacional e internacional.
Conforme se pode constatar no Barómetro da Conjuntura Económica Nacional e Internacional – IV Trimestre 2021 “ao longo do 4º trimestre de 2021, a atividade económica mundial continuou sendo afetada pelos condicionalismos impostos pela pandemia da Covid-19”. Segundo enfatiza o documento, o surgimento das novas variantes do vírus, destacando a “Ómicron”, voltou a aumentar os níveis de riscos sanitários e económicos globais, refletindo negativamente nas cadeias de suprimentos, na volatilidade dos preços no mercado de “commodities”, desafiando constantemente o mercado de trabalho e os níveis de demanda globais.
Segundo o documento publicado esta semana no site do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, “a recuperação da economia internamente, aliada ao comportamento dos preços internacionais, culminaram em aumentos do nível geral de preços. Em dezembro de 2021, a inflação aumentou para o seu valor mais alto desde novembro de 2013, tendo a inflação média anual situado em 1,9%. Os preços de Transportes, Bebidas Alcoólicas e Tabaco, Acessórios, Equipamentos Domésticos e Manutenção da Habitação, Vestuário e Calçado e Bens Energéticos evoluíram positivamente. Em sentido inverso, os preços dos bens e serviços diversos, do ensino e da saúde, contribuíram negativamente para o aumento do preço. A inflação subjacente mostra que existe uma pressão de demanda, estando em linha com o aumento do ritmo da atividade económica”.
Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mostram que no 3º trimestre de 2021 o PIB cresceu 9,0%. Do lado da oferta, este resultado advém essencialmente dos contributos do Setor Terciário (+6,0%) e Secundário (+4,9%), particularmente de alojamento e restauração (+291,4%), da indústria transformadora (+15,4%), da água e eletricidade (+14,9%), dos serviços financeiros (+10,1%), do comércio (+9,7%), das telecomunicações e correios (+8,3%), dos transportes (+6,0%), dos serviços às empresas (+7,7%) e da imobiliária e outros serviços (+4,1%). Na ótica da demanda, esse resultado deriva da performance positiva das exportações (+96,2%) e das despesas de consumo final (+22,6%). Os Investimentos contraíram 25,4% no período.
Fazendo referência às Contas Externas, o documento enfatiza que os dados da Direção Geral das Alfandegas mostram que, no 4º trimestre de 2021, a Balança Comercial de Bens deteriorou em 17,8%, refletindo o desempenho das exportações de bens (11,8% em valor e -44,1% em volume, face ao período homólogo) e das importações de bens (+15,1% em valor e +4,0% em volume, face ao período homólogo). Verificou-se melhorias nos dados de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais, de acordo com os dados Agência de Aviação Civil (AAC), sinalizando para alguma retoma do setor turístico, ainda que em níveis inferiores ao período pré pandemia.
A publicação realça ainda que os efeitos da pandemia na economia nacional, continua a refletir-se nas Finanças Públicas. O défice público situou-se provisoriamente, em 8,1% do PIB projetado no 4º trimestre de 2021 (-9,1% do PIB no período homólogo). Este resultado refletiu o desempenho das receitas totais (+1,8%), despesas totais (+0,5%) e dos ativos não-financeiros (-3,1%). O Rácio Stock da Dívida Pública/PIB acelerou provisoriamente para 158,4%. Do total, o Stock da Dívida Interna Corresponde aos 46,1% do PIB e a Dívida Externa 112,3%.
Já no tocante ao setor monetário, os dados do Banco de Cabo Verde de dezembro de 2021, mostram que a oferta monetária cresceu 3,1%, devido essencialmente ao aumento dos ativos externos líquidos (+10,0%), recuperando das quedas registadas no ano anterior. As reservas internacionais líquidas cresceram 7,5%, garantindo 8,3 meses de importação. O crédito à economia, por sua vez, cresceu 6,0 %, com o crédito ao setor privado a crescer 6,2%, devido à dinâmica das linhas de créditos Covid-19, promovidas pelo Governo, bem como os efeitos das moratórias.
O Boletim de Acompanhamento Macroeconómico e Estatística Trimestral é um documento produzido pela Direção Nacional de Planeamento do Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial que traz um conjunto de informações estatísticas e indicadores que possibilitam um acompanhamento dinâmico da realidade macroeconómica nacional e internacional.
Consulte o Barómetro da Conjuntura Económica – IV Trimestre 2021 – https://mf.gov.cv/documents/20126/0/Baro%CC%81metro+Conjuntura+4%C2%BAT+2020+%282%29.pdf/59b1175f-1146-6211-80d7-8fa11b98a158?t=1626290693637&fbclid=IwAR3HH15E2bFBnN7pYerjcIEn1WBBIRnhb5PM97oUSmQuXyAE3Mxgflpzze0