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Ébola: Governo mantem restrições de entrada a cidadãos não residentes e aumenta a vigilância

Apesar do reforço interno que está sendo feito no sentido de controlar a entrada e saída de pessoas, sobretudo para os países efactados pela epidemia de ébola, o Governo decidiu, nesta manhã de terça-feira, 09 de Setembro, pela manutenção das restrições da entrada em geral dos cidadãos estrangeiros não residentes dos países afectados pelo vírus Ébola e aumenta a vigilância.

CristinaEstas declarações foram feitas nesta terça-feira, em conferência de imprensa, pela Ministra-adjunta e da Saúde, Cristina Fontes Lima, depois de uma reunião interministerial, esta manhã, chefiada pelo Primeiro-Ministro, José Maria Neves, ao qual seguiu-se um encontro entre a equipa do Ministério de Saúde que tem coordenado os esforços de combate a esta ameaça do Ébola que vem assolando vários países da nossa sub-região africana.

Cabo Verde já criou as condições para corredores humanitárias, disse Cristina Fontes Lima que acrescenta: “estamos solidários com esses países que têm essas situações; fazemos apelo para que reforcem o controlo das saídas; sabemos que nesses países já há instituições internacionais a apoiar nesse controlo”.

A Ministra assegurou contudo que as duas resoluções (o de 20 de Agosto e o de 01 de Setembro) do Governo vão ao encontro das exigências da União Africana (UA) no sentido de reduzir as restrições ao mesmo tempo em que se torna necessário aumentar a vigilância e que tem em conta ainda o facto da nossa condição arquipelágica, sem fronteira terrestre, permitir aliviar um pouco a pressão sobre os serviços de saúde. “Nós consideramos que temos que manter as mesmas medidas porque não fechamos as fronteiras. Decidimos, na sequência da minha participação na reunião dos Ministros de Saúde da CEDEAO,abrir um corredor humanitário ao mesmo tempo avaliar a entrada no arquipélago por razões económicas e humanitárias.

Cristina Fontes Lima assegurou que o sistema de saúde funciona em Cabo Verde. E entende que esta medida, que foi projectada para três meses, vai ser avaliada progressivamente para que possa servir o interesse regional, mas também e, sobretudo, para que se preserve o interesse nacional.

No senegal, de acordo com a notificação feita pela OMS, foi registado um caso importado no início de Setembro, com o vírus de Ébola, mas de acordo com a Ministra-Adjunta e da Saúde, esse caso importado manteve contacto com 67 pessoas pelo que há dois casos sob suspeitas que estão a ser seguidos pelas autoridades sanitárias desse país.

Questionado se em Cabo Verde há casos suspeitos que estão a ser seguidos, Cristina Fontes foi peremptório: “estamos a falar de contactos com o doente no Senegal, onde houve um caso de um doente que entrou naquele país proveniente da Guiné Conacry, foi ao serviço de saúde durante 04 ou 05 dias mas que manteve contacto com 67 pessoas as quais estão a ser seguidas no Senegal.

A propósito das 27 pessoas referidas pelos órgãos de Comunicação social de que estavam a ser monitorizadas pelas autoridades sanitárias de Cabo Verde Cristina Fontes Lima esclarece: “nòs o que dissemos é que cada pessoa que entra, o nacional, o estrangeiro residente, que tem o direito de ir e vir – essas duas categorias – naturalmente que entram mas nós temos que os seguir porque foram ou vieram dos países afectados pelo vírus do ébola”.

Até o dia 03 de Setembro, disse a Ministra, haviam 53 casos a serem monitorizados pelas autoridades de saúde de Cabo Verde mas, explicou, são casos de monitoramento e não de quarentena que são duas noções completamente diferentes. “Quarentena circunscreve-se não se movimenta; o seguimento a pessoa quando entra, o passaporte é verificado se esteve nos países afectados. Os serviços de saúde tomam a anotação para onde vai e a Delegacia de Saúde, diariamente, segue a pessoa ou, de três em três dias, telefona para ver se essa pessoa tem febre ou outro sintoma de Ébola. Não há qualquer alarme nisso. É vigilância nas pessoas que entram no território nacional, vindos desses países afectados pelo vírus de ébola. Todos os países estão a fazer isso, disse Cristina Fontes Lima.