“Todos pensamos de que é necessário mais financiamento, maior inclusão, participação, integração dos objetivos e das nossas ações, e de muito mais transparência e eficiência sobretudo na mobilização dos recursos. Todas as partes têm que se engajar neste compromisso, não vamos poder reforçar a resiliência se aqueles que efetivamente precisam não tiverem mais oportunidades em ver os seus modos de vida melhorado, isto é essencial no desenho dos nossos programas e na procura de financiamentos” afirmou o Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, durante o evento paralelo “Financiamento da Resiliência Climática nos PEID”, no âmbito da Reunião Inter-regional Preparatória da 4ª Conferencia Internacional dos SIDS (SIDS4), que decorre até hoje, 1 de setembro, na cidade da Praia.
Na qualidade de Keynote Speaker, o Ministro partilhou a experiência de Cabo Verde relativamente ao acesso ao financiamento para resiliência, ideias e abordagens que Cabo Verde entende serem importantes e que podem ser implementadas pelos SIDS, de forma a falarem numa só voz.
“Trata-se de um tema muito importante, na medida em que os países insulares têm uma maior empreitada em relação às mudanças climáticas, riscos, choques externos, o que implica agir em dobro para poder fazer face às ameaças”, disse o governante.
O Ministro Gilberto Silva avançou que é fundamental que os SIDS consigam tirar um melhor proveito da diplomacia e interesses comuns para uma cooperação mais efetiva, mais intensa e mais coordenada.
“Num contexto em que o orçamento dos países não permite grandes financiamentos para a resiliência, é fundamental que tenhamos capacidade de mobilizar recursos financeiros para suportar tudo aquilo que é a ação climática dentro de um contexto sustentável, sendo certo que precisamos reconhecer que enquanto SIDS, Cabo Verde e os demais países tem tido sucesso no desenho e implementação de estratégias conjuntas”, avançou o Ministro.
Cabo Verde tem apostado na definição e execução de planos de mitigação e resiliência, mediante esforços acrescidos de mobilização do financiamento a partir de recursos internos e externos. O país tem apostado na definição e execução de planos de mitigação e resiliência, mediante esforços acrescidos de mobilização do financiamento a partir de recursos internos e externos. À semelhança dos demais SIDS dispomos da NDC e do NAP aprovados, sendo que para suas implementações temos em curso um programa de Governança e ação climática, no quadro da Cooperação com o Luxemburgo e devidamente alinhado com o PEDS.
De realçar ainda que o nosso país negociou e celebrou com Portugal um acordo de debt swap a favor de projetos climáticos e ambientais e estamos no processo de criação de um fundo climático e ambiental com suporte do Banco Mundial.
A sessão foi moderada pelo Diretor Nacional de Planeamento, Gilson Pina, e contou com a participação do Representante do PNUD, UNICEF e UNFPA, David Marten, Lorenzo Carrera, especialista em clima (Banco Mundial) e o Presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Miguel Monteiro, na qualidade de oradores.
