Devemos ter em conta também que o contexto em que operam os países em desenvolvimento é muito mais gravoso e desigual do que o contexto dos países desenvolvidos, quer no financiamento aos governos, quer no financiamento às empresas.
Distintos participantes,
Agradeço a oportunidade de participar nesta Mesa Redonda.
Sobre a sustentabilidade da dívida, a boa gestão orçamental, fiscal e macro-económica é importante. É uma responsabilidade de cada país para com os seus cidadãos e para com as instituições financeiras nacionais e internacionais.
Devemos ter em conta também que o contexto em que operam os países em desenvolvimento é muito mais gravoso e desigual do que o contexto dos países desenvolvidos, quer no financiamento aos governos, quer no financiamento às empresas.
O contexto específico dos últimos anos, fez países incorrerem em encargos extraordinários derivados das crises, fazendo aumentar a sua dívida interna e externa.
A manutenção da situação de sobre-endividamento é um sério entrave à realização dos ODS que precisa de capacidade de investimento para transformações estruturais que aumentem a resiliência, reduzam a exposição a choques externos, diversifiquem as economias e aumentem o potencial de crescimento económico.
São precisos mecanismos que criem ciclos virtuosos. A transformação da dívida em financiamento climático e ambiental é um desse mecanismo.
Liberta recursos para investimentos que impactam no aumento da resiliência, na redução da exposição a choques externos, na redução da emissão de carbono, na proteção da biodiversidade e no desenvolvimento da economia verde e a economia azul.
A ação climática é uma oportunidade para investimentos do setor privado, parcerias público-privadas, parcerias para o desenvolvimento, promoção de conhecimentos, qualificação profissional, investigação, inovação e tecnologias.
É uma substituição da dívida atual por resiliência e crescimento sustentável no futuro.
A substituição da dívida em financiamento para a transformação digital é um outro mecanismo que cria ciclo virtuoso.
Liberta recursos para investimentos que impactam na melhoria da eficiência e da qualidade dos serviços e dos produtos, públicos e privados, e promovem a economia digital.
É uma substituição da dívida atual por maior produtividade e competitividade e melhor qualidade das despesas públicas futuras.
O digital pode ser um verdadeiro acelerador do desenvolvimento sustentável. Vale a pena financiá-lo. Produz resultados virtuosos no futuro.
Muito obrigado.