A necessidade de melhor se cuidar do ambiente parece entrar definitivamente na agenda dos cabo-verdianos. Este ano, para assinalar a efeméride, 5 de Junho, foram promovidas várias actividades, com destaque para as escolas do Ensino Básico Integrado e a Universidade de Cabo Verde (Uni-cv). O Ministério do Ambiente, Habitação do Ordenamento do Território, através da Direcção Nacional do Ambiente, também esteve na linha da frente de muitas actividades alusivas ao Dia Mundial do Ambiente.
Nesse dia, a agenda do titular da pasta do Ambiente começou muito cedo pela Uni-cv. Neste estabelecimento do ensino superior, Antero Veiga foi convidado da reitora Judite Medina do Nascimento para abrir uma conferência sobre o ambiente e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, por sinal, muito concorrida não só pelo corpo docente, como também pelos estudantes que vêm manifestando cada vez mais interesse por um tema que tem estado na ordem do dia, ou seja, a preservação do ambiente.
Na ocasião, Antero Veiga lembrou aos jovens presentes que são eles a “retaguarda imediata” que assumirá o archote da luta por um ambiente de cada vez “mais paz social, mais estabilidade institucional e mais segurança pessoal e colectiva”.
Para ele, o país almeja um crescimento económico com coesão social e equilíbrio ambiental.
Dirigindo-se a uma plateia constituída essencialmente por estudantes, o ministro do Ambiente fez um percurso no tempo e no espaço para lembrar que há 40 anos apenas 5% do território nacional tinha uma cobertura florestal, enquanto hoje esta extensão é de 23 por cento.
“Tínhamos apenas dois liceus e hoje temos mais de 50. Não havia universidade em Cabo Verde e hoje temos mais de 10”, exemplificou o governante, acrescentando que os pais deram um salto muito grande no domínio da saúde, fazendo com que a esperança de vida dos cabo-verdianos passasse para 77 anos.
Os curandeiros políticos
“Não obstante, estamos cientes que ainda temos muitas bolsas de pobreza e uma elevada taxa de desemprego, cada vez mais qualificado. Temos muitos jovens à procura de emprego. Enfrentamos ameaças preocupantes à segurança pessoal. Nestas matérias as palavras bonitas e nem magia funcionam. Pior ainda a promessa de autênticos “curandeiros políticos” que parecem ter remédio para todos os males do país”. Palavras do ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território que garantiu que o Governo continua firmem na caminhada de construção de um Cabo Verde com que sonhou Amílcar Cabral.
Na sua intervenção, o governante destacou ainda o papel das Nações Unidas no sentido de ajudar o arquipélago em vários domínios, nomeadamente na criação e manutenção de 47 Áreas Protegidas e vários Parques Naturais, cobrindo cerca de 13% do território nacional, como forma de preservar o frágil ecossistema do país, que alberga uma rica diversidade biológica.
Entretanto, ainda no quadro do Dia Mundial do Ambiente, Antero Veiga procedeu à entrega simbólica de 800 plantas fruteiras aos alunos da Escola do Ensino Básico Integrado 13 de Janeiro, do Palmarejo. Plantou uma árvore no Liceu Domingos Ramos, seguido de um encontro com mais de 100 alunos, no Salão Josina Machel, para uma espécie de aula sobre o ambiente.
Na escola primária da Banana, município de São Domingos (interior de Santiago), o ministro almoçou com as crianças, a quem levou uma mensagem sobre o ambiente e a necessidade de todos cuidarem dele.
Para concluir as actividades comemorativas do Dia Mundial do Ambiente, Veiga inaugurou este domingo, 07, o Centro de interpretação Ambiental do Parque Natural de Serra Malagueta.