Hoje, 16 de Outubro, dia em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação foi inaugurado a sede do Banco Alimentar Contra a Fome de Cabo Verde. O Banco pretende contribuir para o abastecimento de alimentos às instituições caritativas e humanitárias de Cabo Verde.
Com existência de pouco mais de um ano, o referido Banco visa tornar realidade o direito consagrado na Carta Universal dos Direitos do Homem no Artigo 25º que defende que, “ toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente que lhe assegure e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda aos serviços sociais necessários”.
De acordo com a Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Cabo Verde, Ana Maria Hopffer Almada, a organização é movida pelo intuito de “aproveitar onde sobra para distribuir onde falta, ou evitar o desperdício de alimentos fazendo-os chegar às pessoas com maior carência alimentar no país”.
“Ao desperdiçarmos um bem alimentar em bom estado fazendo ele falta a um ser um ser humano, cometemos injustiça” afirma Ana Maria Hopffer Almada.
A ideia de criação desse Banco foi trazida a Cabo Verde em 2012 pela da Fundação Dona Ana com a criação do 1º Banco Alimentar Contra a Fome em Cabo Verde, o 1º da África, através da entreajuda com Portugal, nomeadamente com a organização que tutela o Banco Alimentar de Portugal.
O Banco Alimentar de Cabo Verde, neste ano de funcionamento, já conseguiu recolher e distribuir cerca de 5.000kg de alimentos a cerca de 1.000 pessoas. O Banco tem como meta distribuir mensalmente, cerca de 270 cestas básicas a 270 famílias da cidade da Praia, São Martinho Grande, Santana, Assomada, Tarrafal e Santa Cruz. Aumentando a quantidade da recolha aumentar-se-á o número de beneficiados.
“Cada um de nós pode fazer a diferença” incentivou a Presidente.
Para a Coordenadora Residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardson-Golinski nesse dia é chamada a atenção para os custos que malnutrição impõe a humanidade e a economia mundial. Apela-se uma maior partilha de ideias e experiências sobre como lidar com os dois grandes desafios impostos: como traduzir a crescente disponibilidade de alimentos em melhor nutrição para todos? ; e, como fazer a mudança necessária para sistemas de produção e consumo sustentável, ambiental e socialmente?
“Todos temos um papel a desempenhar por meio de nossos estilos de vida caso quisermos corrigir a terrível situação alimentar mundial. Os indicadores apresentados faz de Cabo Verde o único país da Africa a cumprir com os objectivos do milénio, nomeadamente o objectivo 1 que visa erradicar a extrema pobreza e a fome” afirma.
“O lema deste ano, «Pessoas saudáveis dependem de Sistemas Alimentares Saudáveis» constitui um convite para que analisemos até que ponto o sistema agro-alimentar está funcionando e o que pode ser melhorado. O nosso objectivo contínuo vai ser fazer de Cabo Verde, até 2015, um país seguro a nível alimentar” afirmou a Ministra.
Enquanto isso, cada um de nós pode “alimentar esta ideia” contribuindo com o que, o pouco que sobra seja distribuído onde falta.