O deputado português e antigo eurodeputado, José Ribeiro e Castro, defendeu esta quinta-feira, durante uma conferência sob a Parceria Especial com Cabo Verde, a instituição, a partir de 2020, de um orçamento financeiro específico para a Parceria Especial, reforçando os ganhos desta parceria que tem sido benéfica para ambas as partes. Isso tendo em conta a boa governação e o bom desempenho de Cabo Verde no quadro desta parceria.
José Ribeiro e Castro foi o orador numa conferência esta manhã sobre a Parceria Especial em comemoração do 7º aniversário da mesma e assinalando mais um Dia da Europa (que se celebra a 9 de Maio), numa plateia onde também estava o Primeiro-Ministro, que foi o anfitrião.
Na sua apresentação, o político português manifestou a sua admiração pelo bom desempenho desta governação liderada por José Maria Neves no quadro da Parceria Especial. E é graças a esse bom desempenho do Governo de Cabo Verde que o pacote em execução no momento no quadro da Parceria Especial é de 55 milhões, cobrindo várias áreas e projectos.
“Portanto há um envelope e uma moldura de cooperação qualificada que consolida e fortalece as relações de confiança e de apreço da União Europeia em Cabo Verde que se traduz em algumas vantagens, refere Ribeiro e Castro.
Por tudo isso, este considera que, através desta Parceria a União Europeia tem podido dar um contributo importante para o desenvolvimento de Cabo Verde, uma parceria “à medida de Cabo Verde” e que tem permitido reforçar os laços e a cooperação entre o bloco europeu e o nosso país não só no financiamento ao desenvolvimento mas também em matérias como a Parceria para a Mobilidade e facilitação de vistos entre outros.
Entre as recomendações feitas Ribeiro e Castro encoraja Cabo Verde a consolidar as relações bilaterais com São Tomé e Príncipe, aproveitando da actual estabilidade política naquele país, no quadro da estratégia para o Golfo da Guiné “que é uma área nova que a União Europeia tem em atenção, por questões que têm a ver também com a segurança e estabilidade, o combate à pirataria, tráficos e apoio ao desenvolvimento”, refere.
Cabo Verde, diz, poderia ajudar São Tomé e Príncipe com a sua experiencia “mais avançada, como um irmão mais velho nas relações com a União Europeia”, considerou o conferencista. A própria União Europeia enfrenta dificuldades de momento e que têm a ver com a crise financeira internacional, sendo “tempos de vacas magras”, para além de alguma instabilidade nas suas fronteiras “quer a leste, quer a sul”, devido também à “pressão” e à crise migratória terrível”, lembrando as mortes e naufrágios de imigrantes ilegais na tentativa de alcançar o solo europeu.
“Também há aí uma frente que, creio, a União Europeia pode beneficiar, no quadro africano, da ajuda e do bom conselho de Cabo Verde”, sublinha. Recorda-se ainda que a antecipar a conferência, José Ribeiro e Castro foi recebido por José Maria Neves no Gabinete do Primeiro-ministro, onde puderam trocar impressões sobre a Parceria Especial e sobre as relações bilaterais entre Cabo Verde e Portugal particularmente.