Apesar da crise que afecta Portugal, um dos maiores credores de Cabo Verde em projectos ligados às infra-estruturas, por exemplo, José Maria Neves mostrou-se confiante de que essa situação não deverá afectar grandemente os principais projectos ligados à infra-estruturação do país.
"Todos os projectos vão ser continuados", afirma, pois "temos garantias de financiamento para os principais projectos até 2013", afiança.
A crise portuguesa que é seguida com grande interesse pelo Executivo, entretanto, não deixará de afectar ou condicionar alguns projectos, nomeadamente o projecto "Casa Para Todos", cuja possibilidade da redução da actual linha de crédito de 200 milhões de euros a serem embolsados nos próximos cinco anos existe.
No momento em que Portugal finalmente avançou com o pedido de ajuda à União Europeia, cresce o receio de que a consequência da crise portuguesa poderá condicionar, portanto, a realização de alguns projectos, admite Neves. "Teremos de analisar, agora, as consequências e a possibilidade de se reduzir ou não essa linha de crédito ao longo deste período", afirma.
Entretanto os projectos das barragens, cerca de 17, não estão em causa, pois que "os projectos já estão praticamente desbloqueados". As linhas de crédito com os bancos portugueses, recorda-se são bonificadas (juros mais baixos) pelo Governo português, daí o receio de que a crise do Estado português possa ter consequências na realização de importantes projectos do executivo cabo-verdiano.
A juntar-se à crise portuguesa está o desastre natural no Japão, outro importante parceiro e que, para já, obriga ao adiamento de alguns projectos dependentes do financiamento do Governo nipónico.
Contudo o Executivo mantém-se optimista de que "não haverá, com certeza, redução substancial dos investimentos públicos", diz Neves.
