A colónia de férias preparada pela Direcção dos Museus, do Instituto do Património Cultural (IPC), foi uma das formas encontradas para educar e sensibilizar as crianças a conhecerem e, por consequência, defenderem o património, material e imaterial de Cabo Verde.
O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, efectou uma visita aos pequenos “guardiões do património” e incentivou a criação de colónias de férias que juntam actividades recreativas à actividades lúdicas para formar os mais pequenos.
“Temos uma grande procura e é daqui que começamos a formar os guardiões do futuro. Toda essa conversa, toda essa militância em prol da cultura, preservação da Cidade Velha e do património só faz sentido se os mais pequenos passarem a conhece-los e isso acontece se os colocarmos a brincar e conhecer de forma lúdica o património”, defendeu o MCIC, Abraão Vicente.
A colónia denominada “Os guardiões do património” arrancou esta semana e conta com 53 crianças, que durante cinco dias realizaram um conjunto de visitas a pontos de interesse patrimonial, os vários museus que guardam a história e envolvência do descobrimento, povoamento de Cabo Verde e, também, instituições.
Nesta sexta-feira, o dia foi dedicado ao aprendizado de confecção de bonecas de pano, ministrada pela artesã Marinha Lima. Uma tradição antiga que caiu no desuso. O espaço para acolher esta mini formação foi o Museu de Arqueologia.
Decorrem colónias de férias em várias estruturas do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas durante estas férias de verão. Uma iniciativa que Abraão Vicente diz que deve ser seguida por outras instituições.
“Incentivamos as Câmaras Municipais a realizarem colónias de férias temáticas, porque após a época escolar há uma grande necessidade, por parte dos pais, em manter as crianças ocupadas”, adiantou ainda o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas para quem apenas manter as crianças ocupadas não é suficiente. “Hoje, a maioria das crianças querem objectos tecnológicos, redes sociais (…) resolvemos fazer, a partir da proposta da Direcção dos Museus, IPC, esta colónia de férias voltada para os museus, cultura, patrimónios”.
Satisfeito com a procura que esta colónia de férias está a ter o MCIC, Abraão Vicente, diz ainda que estas iniciativas para ocupação das crianças podem ser replicadas durante todo o “verão no sentido não só de ocupar as crianças, mas também no sentido pedagógico”.
Cabo Verde possui ainda museus que guardam artefactos e histórias de Cabo Verde e que estão à espera de serem descobertas. “Nesse momento estamos a reconfigurar aquilo que são os museus nacionais. O Museu da Arqueologia Subaquática, onde estamos, o Museu de Etnografia, o que vai ser o Museu e Porto Interpretativo do Porto Grande, o Museu da Pesca, no Tarrafal (São Nicolau) são os grandes núcleos. Para já todas as visitas das escolas são gratuitas e incentivamos a todos os directores dos polos educativos e liceus a efecturem visitas aos museus, arquivo e biblioteca que tem um espólio riquíssimo. Não faz sentido o Estado ter edifícios e museus desse cariz se não houver visitas. Mais do que turistas, o nosso foco é educar o público para a preservação e valorização. É fundamental promover estas iniciativas.
Ainda está semana as crianças vão visitar o Memorial Amílcar Cabral, Biblioteca Nacional de Cabo Verde, fazer jogos tradicionais, realizar a casa do tesouro, transformarem-se em mini chefes e ainda em pequenos oleiros.
O Museu de Arqueologia Subaquático, onde decorre a colónia “os Guardiões do património” esta sexta-feira, 21, contêm peças expostas que provêm de navios naufragados em diferentes ilhas.