Entretanto, como vem frisando o Primeiro Ministro, e como mostram justamente algumas reportagens publicadas recentemente nas imprensas inglesa e francesa, ou mesmo na agência alemã Reuters, esta crise pode ser aproveitada como uma oportunidade de novos investimentos para Cabo Verde.
Principalmente, porque, mais do que nunca os empresários no mundo globalizado procuram novas oportunidades de negócio, novos mercados e áreas para investir, com destaque para o turismo e imobiliária, mas também para outras áreas como as novas tecnologias, as energias renováveis e pesquisas em questões ligadas ao mar, justamente para fugir à crise.
E Cabo Verde apresenta-se como um espaço com potenciais ilimitados em alguns desses aspectos e com muito ainda por explorar. No que concerne à segurança e estabilidade para investimento, tal como prova esta última pesquisa da Brookings Institution (ver a notícia intitulada Cabo Verde entre os três países mais estáveis de África) e outras publicadas recentemente, o nosso arquipélago apresenta excelentes incentivos ao investimento estrangeiro.
Não têm faltado, recentemente, agências ou revistas, televisões, entre outros, a solicitarem entrevistas ao Chefe do Governo e às instituições do Estado ou privados. Todos querem saber qual é o segredo de Cabo Verde, ver de perto esta ascensão que consideram "obra", tendo em conta o pouco espaço de tempo, 33 anos de país independente, e os parcos recursos naturais de que dispomos.
"Tirando o mar, o vento, o sol, os nossos únicos recursos são as mulheres e os homens de Cabo Verde", diz José Maria Neves convicto, perante o olhar atento e encantado de uma jornalista inglesa. E como a última etapa da Ponta Preta, em windsurf, provou, o vento e o mar valem dinheiro de muitas formas.
Além da Agência Reuters, outros órgãos prestigiados estão de olhos postos nas nossas ilhas, caso das prestigiadas revistas económicas de base norte-americana, a "Businessweek" e a "Condé Nast Portfolio", abrindo-nos a perspectiva de conquistar novos mercados como os EUA ou a China. Ou mesmo a Le Monde francesa.
Se a vinda em Junho da Delta Airlines, companhia de bandeira norte-americana é algum indicador, os Estados Unidos da América, a par da Europa, também, está a despertar para a morabeza e as potencialidades dessas ilhas virgens. Também a British Airways enviou uma delegação que está, neste momento, em Cabo Verde para filmar um documentário sobre o arquipélago, que irá passar nos seus voos.
Por essa via, pode-se concluir que é apenas uma questão de tempo para essa que é uma das mais prestigiadas companhias aéreas do mundo passar a efectuar voos ao nosso país.