Na sequência da certificação de Cabo Verde como país livre da poliomielite, pela Comissão Regional de Certificação da Poliomielite para a Região Africana (CRCA), no dia 24 de novembro de 2016, o Ministro da Saúde e Segurança Social, Dr. Arlindo do Rosário, deu uma conferencia de imprensa, na manhã desta sexta-feira 02 de dezembro de 2016, para partilhar com toda a nação esta enorme conquista.
Nesta ocasião o Sr. Ministro felicitou a toda equipa da Comissão Nacional de Certificação, a delegação Cabo-verdiana e todos os que, direta ou indiretamente estiveram envolvidos na preparação da documentação para a certificação, que foi apresentada em Acra, Capital Ganesa.
Em nome do Governo de Cabo Verde, o Ministro da Saúde e Segurança Social expressou profundos agradecimentos aos parceiros nacionais e internacionais designadamente o Escritório Local e Regional da OMS, a UNICEF, ao Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, a todos os ministros de saúde dos sucessivos Governos de Cabo Verde, ao Rotary Club Internacional, a Raddha Barnen, a todos os profissionais da Saúde, a todas as primeiras damas que o país já teve, a Cruz Vermelha de Cabo Verde, a CVTelecom, a EMPROFAC, a INPHARMA a UNITEL T + entre outros, que contribuíram para o alcance desta certificação.
Segundo as palavras do Ministro, este é um momento de celebração, mas o país terá que continuar e manter o nível de cobertura vacinal de rotina para a vpo3 acima dos 95%, reforçar a vigilância de todas as paralisias flácidas agudas nos menores de 15 anos e melhorar os indicadores de deteção e de adequação das amostras de fezes. A Diretora Nacional da Saúde, Dra. Maria Da Luz Lima, considera que é um ganho muito importante para o país, um resultado de esforços que vem sendo feito a muitos anos.
Para a OMS, trata-se de um momento histórico no Sistema de Saúde Pública Nacional e esta certificação confirma a eficácia e o compromisso de governo em proteger a saúde dos grupos vulneráveis da população, especificamente as crianças menores de cinco anos.
Recorda-se em outubro deste ano, uma equipa técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) esteve no país, numa missão para apoiar as autoridades sanitárias na preparação da documentação a ser apresentada para a certificação da erradicação da poliomielite no arquipélago.
Cabo Verde abraçou a iniciativa global da para a erradicação do pólio, criada em 1988, com um conjunto de medidas sanitárias, designadamente, a vigilância ativa das paralisias flácidas agudas (PFA), o reforço da vacinação de rotina e a realização, quando indicado, de Jornadas Nacionais de Vacinação entre os menores de cinco anos. Desde 2001 que não se assinalou mais caso algum de Poliomielite no arquipélago.
As duas últimas epidemias da doença ocorreram, uma em 1986 com 31 casos de que não se fez o diagnóstico virológico e outra no ano 2000 com 56 doentes, dos quais 15 com diagnóstico laboratorial confirmado. Entre os 56 casos de doença encontravam-se 23 crianças completamente vacinadas.
A poliomielite é uma doença “altamente infeciosa”, causada pelo poliovírus que afeta principalmente as crianças com idade inferior aos cinco anos. Este vírus invade o sistema nervoso central e, em poucas horas, pode causar a paralisia de um ou mais membros, infetando apenas os seres humanos e transmite-se através de fezes contaminadas que entram em contacto direto com pessoas não vacinadas. A patologia propaga-se rapidamente e o período de incubação varia entre sete e 14 dias. Atualmente a poliomielite é endémica apenas no Paquistão e no Afeganistão, revelou a OMS sustentando que a erradicação desta doença em todo o mundo depende principalmente da interrupção da sua transmissão nestes países.