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Comunicado – transferência da parte do espólio do Museu do Mar para Museu de Pesca

O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC) vem através deste comunicado de imprensa esclarecer que a nova proposta de “Museu/Centro Interpretativo do Porto Grande de Mindelo” não só valoriza a ideia inicial do Museu do Mar como dá uma dimensão simbólica à ideia de valorizar-se aquele que é e sempre foi a grande referência do imaginário coletivo da ilha de São Vicente: O Porto Grande. A ideia de desenhar o museu e dar um nome que homenageie a cidade e valorize o legado histórico da ilha vai de encontro às espectativas de uma ilha integrada no mundo e possuidora de infraestruturas culturais de nível internacional.

O Gabinete do Ministro que tutela a área da Cultura e das Indústrias Criativas considera todas as vozes que se levantaram perante a notícia da “suposta” transferência do Museu do Mar para a ilha de São Nicolau como legítimas e como prova de que a cidadania está viva em Cabo Verde. Ainda considera produtivo este debate à volta do património e, no caso específico em torno dos Museus, como benéfico para o reforço desta cidadania e para o empoderamento do sector da cultura. Todos os que tem estado a contribuir com ideias e reflexões sérias merecem respeito e consideração.

O teor da notícia vinculada pelo jornal on-line Mindel Insite com o título “Sãovicentinos lançam aviso ao Ministro Abraão Vicente: “Estamos atentos” que dá conta da indignação de um grupo de pessoas por causa das declarações do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, sobre a transferência do espólio do Museu do Mar, na ilha de São Vicente, para o Museu da Pesca, no município de Tarrafal, ilha de São Nicolau, prova que há claramente uma interpretação exagerada das declarações do Ministro.

Do relatório de gestão 2011 a 2016 produzido pelo Ministério da Cultura, no capítulo sobre a valorização do Património Cultural identifica-se que todo o espólio referente a pesca baleeira que se encontra no Museu do Mar foi oferecido pelo Museu da Baleia de New Badford. Assim, de acordo com o protocolo existente entre o IPC e este Museu, é do entendimento da tutela da Cultura e das Indústrias Criativas que as peças deste espólio pertencem ao Museu da Pesca de Tarrafal de São Nicolau, pois foram doadas na perspetiva da sua abertura.

Como o Ministério da Cultura anterior não conseguiu financiamento para concluir a segunda fase da obra do Museu em Tarrafal, essas peças foram colocadas temporariamente no Museu do Mar do Mindelo. Esta é a verdade dos factos. O novo Governo após um ano de trabalho conseguiu a mobilização do montante necessário para se concluir a segunda fase da instalação do Museu da Pesca de São Nicolau, devendo por isso o espólio que sempre pertenceu a este museu fazer parte da exposição que se irá montar.

São um número muito reduzido de peças oferecidas pelo Museu de New Badford; peças a que se ajuntam a várias outras que também foram levadas do Museu de Arqueologia Subaquática da Praia para o Museu do Mar em Mindelo.

Posto este facto, e pensando num museu que também incorporasse a histórica ligação de Mindelo ao mar e aos oceanos, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas tem em estudo o redesenho do actual Museu do Mar, mantendo grande parte das peças actuais, mas dando-lhe uma visão mais contemporânea.

A montagem do novo museu: “Museu do Porto Grande” incluiria um centro interpretativo da história da cidade do Mindelo e novas peças museológicas que irão enriquecer o espólio actual. Nada mais dignificante e enriquecedor para a ilha. Não há nem desvio, nem nenhuma tentativa de extinguir o Museu do Mar- que nunca chegou a ser criado legalmente por lei, outra falha grave da gestão anterior; pelo contrário, estamos a ir de encontro com as aspirações da ilha em desenhar um verdadeiro museu da ilha em todas as suas dimensões.

Cabe-nos recordar que Mindelo tem sido um pólo privilegiado de aposta do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do financiamento do Carnaval, o financiamento de um novo edifício moderno para o Centro Nacional de Artesanato e Design, a reabilitação do Centro Cultural do Mindelo com um novo conceito de programação, e um rol de financiamentos a nível cultural e científico.

O MCIC continuará a trabalhar e está atendo e aberto a todos os posicionamentos informados que possam enriquecer o trabalho que está a realizar de forma a unir os cabo-verdianos em prol de um bem maior, de uma nação mais justa, mais equilibrada e mais desenvolvida.