Até este momento, não há dados que possam indicar que as linhas de crédito com Portugal possam estar em causa, até porque os créditos são da Banca privada sendo que o Governo português apenas bonifica os juros, sendo que os desembolsos para programas como a "Casa para Todos" vão acontecendo normalmente.
Mesmo com outros países, casos da Espanha e do Japão, há sinais positivos, sendo que o primeiro já "prontificou-se a disponibilizar os recursos da linha de crédito de cerca de 53 milhões de Euros que tinha posto à disposição de Cabo Verde em finais de 2009".
O Governo nipónico também já deu sinal positivo em relação aos programas do Governo cabo-verdiano no que concerne às pescas, sendo que a partir dos próximos meses estarão a ser feitas esses desembolsos dos créditos japoneses e espanhóis.
Entretanto, como estipula o Programa do Governo, o executivo terá que buscar novas parcerias, sobretudo com países emergentes, casos do Brasil, da Índia e a África do Sul, por exemplo, sendo que há negociações para novas linhas de crédito com o gigante sul-americano e a China por exemplo.
Durante o Debate sobre o Programa do Governo, José Maria Neves criticou a postura da oposição que considerou de "fatalista", limitando-se a colocar problemas e não apresentar soluções. Contudo, o Primeiro-Ministro elogiou o facto de ter sido um debate mais elevado do que os outros, em que não houve grandes excessos e ofensas. "Houve uma postura de mais dignidade e mais elevação de todos os sujeitos parlamentares", sublinhou.
Inclusive, houve espaço para um momento inusitado protagonizado pelo Ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa que, em sua intervenção sobre a "Economia Criativa" declamou e cantou trechos da Morna Doce Guerra de Antero Simas.
Momento esse que dividiu opiniões nas duas bancadas, mas que para o Primeiro-Ministro "foi um bom momento" no Parlamento. "Eu às vezes fico sem entender porque é que as pessoas não gostam da poesia e dizem sempre que nós fazemos discursos poéticos quem tem muita sensibilidade. Mas só faz poesia quem tem muita sensibilidade, e só pode governar bem quem tem muita sensibilidade, portanto foi um bom momento!", defende.