A crise Financeira Internacional denominada pela crise norte-americana, embora tenha sido desencadeada pelos factos ocorridos no mercado mobiliário nos Estados Unidos, ela propagou-se por todas as regiões do mundo com consequências desastrosas nas suas economias nacionais.
Nos primeiros meses da crise financeira, julgava-se que o impacto nos países africanos seria mínimo por causa da sua baixa integração na economia mundial. Além disso, os países africanos têm mercados interbancários muito exíguos e vários têm restrições nos novos produtos financeiros bem como na entrada nos mercados, o que os deve proteger dos efeitos directos da crise financeira mundial.
Essa mesma abordagem, com legitimidade, esteve presente nas principais avenidas da economia Cabo Verdiana .
A crise financeira representa um sério revés para a África porque ocorre num momento em que a região estava a fazer progressos tanto no desempenho como na gestão económica. Desde 2000, a região da África regista uma taxa de crescimento médio de valor real superior a 5 por cento e a inflação ficou abaixo de 10%. Houve igualmente melhorias significativas na governação e uma diminuição no número de conflitos armados, tornando a região mais atractiva para os fluxos de capitais privados. Os fluxos líquidos de capitais privados para a África aumentaram de 17,1 biliões de US dólares em 2002 para 81 biliões de US dólares em 2007 (CEA e APF, 2008).
Essa crise financeira e económica mundial ameaça reverter todos os ganhos obtidos no desempenho e gestão económica. Neste contexto, o principal problema que os países africanos enfrentam é encontrar os meios para gerir a crise para que ela não reduza os progressos realizados desde o início do novo milénio e não frustre as perspectivas da realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs).
Cabo Verde, como país africano e insular, o impacto da Crise financeira é mitigado atendendo a sua especificidade conjugada com a boa gestão das finanças públicas, politicas monetárias e ainda derivado ao seu processo de graduação do Grupo de País Menos avançados para o grupo de País de Rendimento Médio e a gestão do instrumento Policy Support Instrument (PSI) assinado entre o Governo de Cabo Verde e o FMI.
Num contexto internacional dominado pela forte contracção da procura mundial e por níveis de incerteza anormalmente elevados, a economia nacional voltou a registar um abrandamento no seu ritmo de crescimento em 2009, tendo o PIB apresentado uma taxa de crescimento de 4% em termos reais.