As chuvas têm sido tão fortes em alguns momentos que não deixaram de causar alguns danos em equipamentos públicos, nomeadamente algumas estradas na região norte da ilha de Santiago e, o caso mais grave, a ponte de “Ribeira D´Água” na Boa Vista que caiu vítima das “extraordinárias” enxurradas que se viram naquela ilha. O Governo terá de encontrar soluções para reparar essas vias e as Câmaras, apela o Primeiro-Ministro, terão de pensar melhor a urbanização e formas de drenagem das águas pluviais nas vias urbanas.
A visita do Primeiro-Ministro foi também para conferir os danos causadas como algumas fendas que se abriram num trecho da estrada Santa Catarina Calheta pelos lados de Cruz Grande em São Miguel, devido, explicam alguns técnicos presentes naquele momento, a deslizamentos de terra. Também na entrada da cidade de Tarrafal, particularmente em Chão Bom Chão, a terra não resistiu à força das águas e abriram-se buracos significativos de um e outro lado da estrada, deixando, inclusive, cabos e também tubos de canalização a descoberto.
O Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima, recorda-se que a Ministra Sara Lopes acompanhou o Primeiro-Ministro nessa deslocação, “já está a estudar” as soluções para esses estragos e no que concerne à entrada do Tarrafal, há que “corrigir o curso da água, fazendo a drenagem das águas pluviais e, eventualmente fazendo a asfaltagem daquele troço de Chão Bom à rotunda do campo de concentração do Tarrafal”, que, acredita Neves, “resolveria de vez o problema”.
Aqui, como na ponte de Ribeira de Água na Boa Vista, Neves aconselha à ponderação e o bom senso, no sentido de as pessoas aguardarem “com tranquilidade e serenidade” os inquéritos para apuramento das causas de tais estragos, pois trata-se de questões de natureza técnica e que devem ser tratadas por entendidos na matéria.
Parte da resolução desses problemas passa, também, pela construção de barragens sendo que já há financiamento para a Barragem de Flamengo cujas obras devem iniciar brevemente. Outra barragem a ser construída é a da Ribeira de Principal. De referir que, neste momento estão em construção oito barragens por todo o país.
As vias de acesso são o próximo desafio em matéria de estrada, já que as vias principais estão quase todas concluídas. Essas acessibilidades, na sua maioria, foram construídas em ribeiras e passagens de água. As soluções passam por intervenções de fundo e que exigem avultados financiamentos, que terão de ser custeados em grande parte pelo próprio país, já que cada vez menos são os financiamentos que vêm do exterior. Aqui, o Chefe do Governo apela às câmaras para a necessidade de se encontrarem soluções concertadas e, também, para questões que têm a ver também com a construção de sistemas de drenagem de águas pluviais e melhor planeamento urbano.
Cabo Verde, salienta, terá de passar a produzir maior riqueza interna para o financiamento dos seus projectos e para isso, reafirma, há que haver uma profunda mudança de atitudes e comportamentos dos cabo-verdianos.
Também nessa deslocação ao interior estiveram a Ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet e a Ministra da administração Interna, Marisa Morais.
