Foi, como havia acontecido em Loures, uma viagem certamente proveitosa em que o PM teve, também, oportunidade de encontrar-se com a Governadora Civil Euridice Pereira (representante do Governo Central) de Setúbal.
O PM esteve, igualmente, com a Presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, que como a sua homóloga de Loures, Carlos Teixeira, foi a Cicerone de José Maria Neves, que teve a oportunidade de assim, contemplar a beleza daquela região costeira, com belas praias e campos verdejantes.
Depois do encontro oficial no Paços do Concelho e do passeio, as duas partes foram parar ao bairro da Bela Vista, um complexo de moradias sociais onde residem várias comunidades emigradas, sobretudo cabo-verdianos e também portugueses, especialmente a comunidade cigana.
Ali, num encontro proporcionado pela Embaixada de Cabo Verde em parceria com a Câmara local e com a Associação dos Cabo-verdianos de Setúbal e que decorreu no centro de apoio à comunidade cabo-verdiana e sede da referida associação, Neves tratou de levar as boas novas sobre o desenvolvimento de Cabo Verde.
Foi oportunidade, também, para apelar ao contínuo envolvimento de todos os emigrantes, que sempre vão dando o seu valioso contributo, em especial a Comunidade em Portugal, para que Cabo Verde seja "essa Grande nação global com as dez ilhas africanas no atlântico, mas também com todas as outras ‘ilhas' espalhadas pelo mundo onde residem cabo-verdianos".
"Sinto-me Primeiro Ministro de uma grande potencia mundial", brincou o Chefe do Governo.
E, a melhor forma de ajudarem Cabo Verde, frisa, "é serem bons cidadãos portugueses, respeitarem as leis do país e participarem activamente nos processos de escolha e de decisões do país, através do voto. Só assim terão mais força e poderão se integrar melhor".
Violência no bairro Bela Vista
O bairro, infelizmente, ficou particularmente "famoso" há aproximadamente um mês, quando um grupo armado foi interceptado, durante um assalto, pela polícia, tendo um dos assaltantes, e que era crioulo e morador da Bela Vista, sido morto num tiroteio com a força de intervenção.
O caso suscitou a reacção de companheiros e amigos do falecido e originou uma série de actos de desacato e de vandalismo no referido bairro que, segundo testemunhas se arrastou por cerca de 5 dias, até que o Pároco da região resolveu intervir convocando uma passeata a favor da paz.
Porém essa situação fora exaustivamente explorada pela imprensa, de forma "deturpada" e demasiado espectacular, segundo os moradores da zona. Para além do mais, esses sentiram que se estava a responsabilizar toda uma Comunidade pelas acções de uns poucos que não souberam dignificar a imagem dos cabo-verdianos em Portugal.
Uma comunidade de gente trabalhadora e digna e "com o qual temos uma relação especial" em relação a outras comunidades emigradas, diz a edil de Setúbal, Maria das Dores Meira.
É que trata-se da comunidade maior e mais antiga em Setúbal e cuja presença enriquece a cultura local, considera. Realça a presença consular cabo-verdiana em Setúbal, há o Centro de Apoio à Comunidade Cabo-verdiana onde trabalha a Associação dos Cabo-verdianos de Setúbal e que foi financiada pela Câmara Municipal e com a qual tem uma estreita relação.
"Temos as melhores relações e é um prazer tê-los cá", avalia, inclusive há vários cabo-verdianos a trabalhar na Câmara, caso da Presidente da referida associação, Felismina Mendes, que tem feito um trabalho meritório de apoio aos nossos emigrantes, desde questões ligadas à habitação, à integração e educação.
Devido ao episódio relatado aqui, a violência foi um tema importante abordado com a imprensa local. A esses, o PM respondeu que a violência não tem rosto e que não pode ser identificado e relacionado com uma ou outra comunidade e desvaloriza essas questões dizendo que os cabo-verdianos são na maioria gente honesta que trabalha arduamente e que dignifica o nome de Cabo Verde.
Gente que contribui e dignifica também Portugal, como os vários artistas oriundos de Cabo Verde ou ali nascidos, caso de Lura, ou Sara Tavares e, ainda, Tito Paris e tantos outros. São também desportistas famosos, professores universitários, engenheiros e gente que trabalha na construção civil e nos vários quadrantes da sociedade, que ajuda também a construir Portugal.
Aos cabo-verdianos, José Maria Neves apelou por um discurso motivador e de orgulho de ser cabo-verdiano, um povo batalhador e aventureiro, criativo e de gente bem sucedida, de gente DIGNA!
Nesta sexta-feira, o Chefe do Executivo estará em Cines no Concelho do Algarve para mais visitas às comunidades crioulas e às autoridades locais.
