"Um dia histórico para o Tarrafal", assim considerou o Delegado de Saúde local, Helder Almada, da importância dessa infra-estrutura para aquele Município do norte de Santiago. Com isso os tarrafalenses verão melhorados significativamente as condições de atendimento às suas necessidades em matéria de saúde, passando a contar com um centro de saúde moderno, à semelhança dos vários centros inaugurados, um pouco por todo o país nos últimos anos.
A infra-estrutura é constituída por um banco de urgência, laboratórios de análises clínicas, farmácia, radiologia essencial, análises clínicas, consulta externa e saúde pública. Para além do Centro de Saúde, o Governo construiu uma via de acesso, asfaltada, ao Centro que fica localizado nas proximidades do centro da cidade do Tarrafal, conhecida como a vila do Mangui.
Essa estrada, foi aliás, a grande dor de cabeça que atrasou a inauguração desta infra-estrutura que deveria ter acontecido há pelo menos alguns meses atrás, pois era preciso conseguir o financiamento para a sua construção. "O mais importante é que o Centro está aí, está a funcionar para servir a população do Tarrafal", frisou o Ministro da Saúde, Basílio Ramos.
O forte investimento na saúde tem sido uma marca deste Governo que desde 2001 aumentou significativamente o orçamento da saúde em mais de 110%, senão vejamos: em 2000 o orçamento de funcionamento do Ministério de Saúde era de 1 milhão e 400 mil contos. Em 2010 o orçamento era de 2 milhões e 600 mil contos. "Ou seja, mais de um milhão de contos investidos na saúde, só para o seu funcionamento, porque se incluirmos os investimentos é mais de um milhão e 800 mil contos, é mais de 111% de crescimento do orçamento do Ministério de saúde nesses dez anos", salienta Basílio Mosso Ramos.
Investimentos esses que na região de Santiago Norte se traduziram na construção do Hospital Regional de Santiago norte em Santa Catarina, para além do novo centro de saúde da Calheta de São Miguel, agora o de Tarrafal, a remodelação e ampliação do centro de saúde de Pedra Badejo em Santa Cruz, sem contar com a criação de vários postos sanitários em alguns pontos mais distantes, exemplo da vila dos Engenhos em Santa Catarina, etc.
Por todo o País, construiu-se vários centros de saúde, cinco na Praia, na Boa Vista, no Maio, nos Mosteiros, ilha do Fogo, apenas para referir alguns, construiu-se o novo hospital do Sal, ampliou-se e modernizou-se os hospitais de Ribeira Grande em Santo Antão e o Hospital Baptista de Sousa em São Vicente, etc. Já nesta sexta-feira, o Primeiro-Ministro inaugura as obras desta primeira fase de remodelação do último hospital no Mindelo, nomeadamente do novo banco de urgências.
Ainda a nível dos quadros, cerca de 196 novos médicos ingressaram no sistema nesses anos, mais de 220 enfermeiros, assim como mais de 81 quadros de diversas áreas da saúde. No que concerne a medicamentos, o orçamento era de 270 mil contos, "Em 2010 o orçamento para os medicamentos é superior a 500 mil contos", enfatiza Ramos.
O desafio da qualidade
Assim como Ramos, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves, põe a tónica na qualidade, afirmando ser esse o nosso grande desafio em matéria de saúde para os próximos tempos, pois que o grosso do trabalho já foi, em grande medida, feito. É preciso agora continuar a investir na formação dos quadros e na melhoria dos serviços, como por exemplo, o atendimento e a marcação de consultas, etc.
Respondendo ao canto das batucadeiras presentes no acto que agradeciam os investimentos na saúde e na educação e saúde, ao mesmo tempo que pediam mais emprego, Neves explicou que é precisamente isso que o Governo procura conseguir com os investimentos feitos em estradas, barragens (sendo que será uma grande aposta nesta nova legislatura para dinamizar ainda mais a agricultura).
É essa a ideia também com os investimentos nos portos, aeroportos, com as reformas no funcionamento dos serviços públicos, as reformas fiscais, incentivos aos empreendimentos, etc. Tudo com o intuito de conseguir mais e novos postos de trabalho para os cabo-verdianos.