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Cabo Verde quer ser parceiro estratégico de Timor-Leste

A escassez de quadros capacitados é uma das dificuldades maiores de Timor-Leste, como aponta o Presidente Ramos-Horta e em que Cabo Verde poderá dar um contributo importante. Sobre isso, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves avança, inclusive, a possibilidade de "nós podermos formar quadros cabo-verdianos para trabalharem com os nossos amigos de Timor-Leste", sendo mais uma via de oportunidade que se abre aos quadros cabo-verdianos.

Para além do desenvolvimento dos recursos humanos, as finanças públicas, o planeamento estratégico para o desenvolvimento e a descentralização, são algumas das áreas a serem contempladas neste futuro acordo de cooperação estratégica.

No encontro de hoje, que decorreu no Gabinete do Primeiro-Ministro seguido de um almoço no salão de banquetes do Palácio da Várzea em homenagem a Ramos-Horta, ficou acertada a ida a Timor, em breve, de uma delegação inter-ministerial para analisar o "quadro concreto" para o estabelecimento de um programa de cooperação a anteceder a visita de Neves, no início do próximo ano, para a assinatura oficial deste acordo.

Como apontou o Presidente timorense, os dois países já vêm dando passos rumo a um incremento da cooperação entre os dois países, tendo já havido uma visita da Ministra das Finanças timorense, recentemente, ao nosso arquipélago para o estabelecimento de uma parceria ao nível das finanças públicas e gestão financeira, para além de outras entidades governamentais timorenses, nomeadamente o antecessor de Ramos-Horta, Mário Alkatiry.

Inclusive, o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão já efectivara um convite a José Maria Neves para visitar Timor-leste, visando a assinatura deste acordo de cooperação abrangendo diversas áreas de interesse mútuo. Cabo Verde poderá destacar-se, assim, como um importante parceiro de desenvolvimento deste pequeno país do sudeste Asiático.

Ramos-Horta sublinha a importante contribuição que Cabo Verde poderá dar, também ao nível da descentralização e formação dos municípios "que ainda estamos a dar os primeiros passos e deparamos com enormes dificuldades", nota, justamente pela escassez de quadros capacitados para dar seguimento a esta vontade.      

Um processo que, segundo o representante timorense, vem se arrastando desde 2009, estando prevista a sua implementação para 2013. Sobre a possibilidade de investimentos timorenses em Cabo Verde, o Presidente é cauteloso, já que esta é uma questão que, afirma, cabe ao Governo chefiado pelo Primeiro-Ministro. Recorda-se que Timor é um país com alguma reserva de petróleo e que, portanto, com alguma capacidade para investir, sendo que procura investir "em portfolios ou em países com alta credibilidade e, Cabo Verde, obviamente é um desses países", conclui.

A governação Electrónica é outra área de eleição em que Cabo Verde poderá dar uma contribuição fundamental para a modernização de Timor-Leste, como avançaram os dois líderes políticos.