Em conferência de imprensa que ocorreu nesta quarta-feira, no Gabinete do Primeiro Ministro, este antecipou a sua viagem à França que tem como ponto alto a sua participação nesta Cimeira de extrema importância, como o mesmo salientou, para o futuro das relações da África com a França e com a Europa em geral.
Entre as preocupações a serem debatidas estão na linha da frente o aumento e melhoria da cooperação entre a África e a Europa. Uma das propostas a serem discutidas é certamente o apoio da França à ambição partilhada por José Maria Neves, de um lugar permanente para uma representação africana no Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma presença mais forte da África no quadro do G20.
Segundo o Primeiro Ministro, a África deve ter a pretensão de ser um actor mais activo no fórum político internacional e na Governança mundial, reforçando ainda a sua presença nas organizações financeiras internacionais como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). A estabilidade e a consolidação do Estado de Direito Democrático é outra questão.
A segurança alimentar não poderia ficar de fora deste debate, já que a África é o continente que mais sofre com a seca e escassez de comida. Nisso, Cabo Verde apoia a ideia da criação de um Fundo para a Agricultura "que é fundamental para nós" (Cabo Verde e África). Fundo esse que fomenta a segurança alimentar e o financiamento de projectos importantes no que tange à mobilização de água, introdução de novas tecnologias de agricultura e desenvolvimento do meio rural em África. Tudo indica que a França poderá anunciar a criação de um fundo para a agricultura em África.
Uma questão em voga na agenda internacional tem a ver com o ambiente, sendo que nessa Cimeira será debatida também a criação de uma agência ou organização mundial para coordenar e regular os esforços dos países no combate à poluição da atmosfera, o chamado efeito de estufa, provocado pela emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
Desse certame deverá sair um "compromisso" dos 52 países africanos ali representados pelos seus chefes de Estado e de Governo, para reduzir em 50% a emissão desse gás nocivo na atmosfera até 2050. Isso, "para podermos garantir que não haverá maiores consequências mais graves para a humanidade no domínio ambiental", frisa.
Ainda no que tange à participação de mais países no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os ditos países emergentes, José Maria Neves reforçou, mais uma vez, o apoio de Cabo Verde à candidatura do Brasil como potência Mundial que é uma vaga.
Deverão participar nessa reunião 52 chefes de Estado e de Governo africanos, juntamente com as autoridades francesas e alguns representantes europeus. Ainda na França, José Maria Neves participará de vários encontros com comunidades cabo-verdianas nas cidades de Paris, Lyon e Nice.